O sol já estava começando a se pôr quando os dois voltaram para casa, sem parar em lugar nenhum, mesmo com Alec oferecendo para jantarem em algum restaurante.
- Eu aceito comer qualquer coisa. - Magnus disse. - Desde que seja naquele seu quintal maravilhoso.
Alec então cortou algumas frutas e frios, preparou sanduiches naturais, depois de se certificar de que Magnus não era alérgico a nada, e colocou tudo sobre uma enorme toalha na areia, junto com o vinho e duas taças.
Ele amava aquele seu cantinho particular, uma praia só sua, mas que ganhou um outro significado agora que Magnus estava ali, só de calção, o aguardando com os pés dentro d'água.
Alec terminou de organizar os petiscos com algumas almofadas ao redor e um cobertor para se protegerem do frio que fazia à noite, mesmo com uma fogueira já acesa ao lado, e depois foi até Magnus.
"Eu quero muito nadar aqui"- Ele tinha dito, então Alec o acompanhou para dentro do mar, avançando até onde a água batia no seu peito e quase no pescoço dele.
As ondas eram suaves e calmas naquele ponto, e surgiam de vez em quando apenas para balança-los um pouquinho.
Alec ficou observando e esperando Magnus mergulhar ou começar a nadar, mas tudo o que ele fez foi chegar mais perto, se acomodando nos seus braços.
Por um tempo eles ficaram apenas assim, abraçados em silêncio no mar, alternando os olhares entre si e o sol sumindo cada vez mais no horizonte.
Era mágico e perfeito.
Quando o céu mudou de laranja e vermelho para rosa e roxo, até chegar num azul tão escuro que destacava as estrelas como milhares de vagalumes, Magnus tirou os pés do chão e enroscou as pernas na cintura de Alec, que o segurou com facilidade e o manteve grudado ao seu corpo como um koala.
Desde que entraram na água, mais de uma hora atrás, eles não trocaram muito mais do que alguns carinhos, mas agora Magnus estava roçando seus narizes, seus lábios, e sussurrando que aquele lugar era mágico enquanto acariciava o cabelo na sua nuca.
Alec queria tanto olhar pra ele, mas tinha fechado os olhos em algum momento e não conseguiu abri-los mais.
Tudo o que ele conseguia fazer agora era aperta-lo no seu colo e registrar os carinhos, gravando cada sensação na memória, até que de repente começou a tremer.
A água já estava mais gelada agora que anoiteceu, mas Magnus sabia que o seu tremor não era por causa do frio.
Ele entendeu que alguma coisa estava acontecendo no seu interior, por isso voltou a se apoiar no chão e segurou o seu rosto com as duas mãos.
- Alexander. - Ele disse baixinho, e Alec tremeu de novo, apertando os olhos com mais força e sentindo a respiração acelerar. - Olha pra mim, Anjo.
- Não posso.
- Por que não?
- Porque sempre que eu abro os meus olhos você não está mais aqui.
Aquilo doeu no coração de Magnus de uma forma que ele não soube explicar.
Era doloroso vê-lo assim, quase se encolhendo e tremendo com o medo de ser um sonho, um sonho que provavelmente ele teve mais de uma vez, um sonho onde Magnus estava ali, mas quando Alec acordava, já não estava mais.
A água estava ficando cada vez mais gelada e as ondas pareciam se agitar mais conforme a lua tomava conta do céu, mas Magnus se manteve ali, segurando o rosto de Alec com as duas mãos, depois deslizando e acariciando o cabelo dele, até aproximar os lábios da sua orelha para dar uma mordidinha no lóbulo.
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Redescobrindo o Amor aos 40
FanficMagnus Bane é um pai divorciado que só vivia pelos filhos e pelo trabalho, até receber um presente que mudou a sua vida para sempre: A chance de redescobrir o amor.