A brisa estava fresca, o mar estava calmo, a lua estava baixa e brilhante naquele céu estrelado, e Magnus Bane estava bem ali, do seu lado.
Seria mentira se Alec dissesse que não sentiu uma pontadinha dolorosa quando Magnus deixou claro que não rolaria nada entre os dois, mas estava sendo perfeito andar com ele pela praia, pelo seu paraíso, e com as mãos se acariciando a cada passo, um movimento sutil de pele contra pele antes dos mindinhos se enroscarem timidamente, ainda mais quando a iniciativa foi do próprio Magnus.
- Me conte sobre você, Alexander Lightwood. - Ele pediu depois de alguns minutos em silêncio, conforme se afastavam cada vez mais da festa. - Você nasceu aqui em Honolulu?
Alec tentou controlar um sorriso, mas gostava de como ele dizia seu nome. Era carinhoso e sexy ao mesmo tempo, principalmente porque o seu leve sotaque deixava o X com som de Z.
- Não exatamente. Eu nasci em Kilauea, que fica a mais ou menos 1 hora de distância, mas me mudei pra cá com 3 anos, então acho que de alguma forma é como se eu tivesse nascido em Honolulu mesmo.
- Kilauea. - Magnus repetiu baixinho, testando o nome. - E como você se tornou instrutor de surfe? Foi algo que sempre quis fazer?
- Hoje eu digo sem sombra de dúvidas que o surfe é a minha vida, mas quando eu era pequeno eu queria ser um velejador, como meu pai é até hoje. Ele sempre me levava pelos mares no seu barco, e eu amava porque sempre fingia que era um pirata. - Alec hesitou de repente, percebendo que não falava ou pensava sobre isso há muito tempo.
Magnus deve ter percebido que havia um motivo para essa hesitação porque enroscou mais um dedo e apertou um pouco.
Foi um gesto tão simples e ele nem mesmo perguntou nada, mas foi tão reconfortante que Alec prosseguiu.
- Seria legal viver assim, sempre atento ao horizonte e com expectativas de como será a próxima aventura. Eu amo essa sensação do imprevisível. Mas quando roda pelo mundo o meu pai sempre para em alguma cidade grande e eu não me sinto confortável num lugar assim. Acho que eu tinha uns 11 anos quando vi um grupo de surfistas em Malibu e não sosseguei até aprender. Ser instrutor foi uma benção que veio com o tempo, mas às vezes eu também participo de alguns campeonatos com o Nick. Apesar da vergonha que me fez passar agora pouco, ele é o meu melhor amigo desde o primeiro caldo que levei numa prancha, e a família dele cuidava de mim quando meu pai não estava por perto.
Magnus continuou em silêncio por mais um momento, o observando, e Alec não fazia ideia o que ele estaria pensando ou qual seria a próxima pergunta, mas de repente houve um estouro e Magnus se assustou.
Alec já estava acostumado com isso, então sorriu e apontou para cima.
- São os fogos de artificio. - Ele explicou. - Sempre soltam fogos à meia-noite quando tem festa na praia.
- Meia-noite. - Magnus repetiu, mais para si mesmo, e se concentrou naquela explosão de cores no céu.
Havia um suave sorriso naqueles lábios pequenos, os olhinhos brilhando com cada nova cor que surgia, e Alec ainda não sabia o que ele estava pensando, mas a vontade de chegar mais perto foi tão grande que o seu corpo se moveu involuntariamente.
Alec deu um passo pra mais perto dele e acariciou sua mão antes de trazê-la para perto dos lábios.
Foi um beijo sutil sobre os dedos, como o toque de uma pluma, e logo em seguida Alec planejava se afastar novamente, desviar o foco e manter uma distância confortável para ele. Mas por algum motivo não conseguia recuar. Aqueles olhos castanhos o encarando agora prometiam alguma coisa que Alec não sabia se era possível, mas deseja muito descobrir.
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Redescobrindo o Amor aos 40
Hayran KurguMagnus Bane é um pai divorciado que só vivia pelos filhos e pelo trabalho, até receber um presente que mudou a sua vida para sempre: A chance de redescobrir o amor.