17- A pureza do amor

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 Alec observava os sutis movimentos de Magnus deitado na sua cama, grudadinho no seu corpo, e não acreditava que pudesse estar segurando algo tão precioso depois de um mês e uma semana desejando exatamente aquilo.

Ele o segurou apertado para senti-lo inteiramente ali, e em silêncio ficou fazendo carinhos discretos nos seus cabelos.

- Assim eu vou dormir. - Magnus murmurou de repente, quase ronronando, e ergueu um pouco a cabeça na sua direção antes de voltar a abrir aqueles olhos pequenos e lindos.

Alec aproveitou a oportunidade e beijou sua testa, depois a pontinha do nariz, as bochechas, e Magnus continuava se rendendo aos carinhos até que seus lábios formaram um biquinho, pedindo um beijo ali também.

- Dorme. - Alec beijou e beijou aquela boca numa sessão interminável de selinhos que provocou uma risada nele.

- Não. Você tem que surfar pra mim, esqueceu?

- Temos muito tempo pra isso.

- Não temos não. - Magnus disse, e Alec teve que segurar um suspiro porque não tinham mesmo.

Uma semana era melhor do que 3 dias, com certeza, mas ainda não era suficiente. Jamais seria.

- Está certo. Então vamos lá realizar o seu desejo, Bane.

Era pouco mais de 15h quando os dois se levantaram e trocaram as roupas por algo mais fresco e próprio para nadar, mas Magnus parou de arrumar as toalhas na mochila quando Alec abriu a cortina do quarto e revelou o seu pedacinho particular do paraíso.

Ele amou a maneira como Magnus pareceu encantado com cada detalhe da casa, por mais simples que fosse, mas amou ainda mais o olhar dele agora enquanto se aproximava das portas francesas e encarava a paisagem.

- Isso é sério? - Ele perguntou quase sem fôlego, mas abrindo um sorriso que deveria virar arte num museu. - Você tem uma praia particular no seu quintal?

Esse era o maior orgulho de Alec até hoje. Ter conquistado uma casinha aconchegante com uma selva verde de um lado e o mar do outro.

- O pedaço de uma praia. - Alec corrigiu, feliz com a reação de Magnus. - Mas aqui as ondas são menores e é um local mais apropriado para nadar, então nós vamos surfar em outra praia hoje.

Magnus assentiu para mostrar que tinha entendido, mas ele abriu a porta de vidro e saiu para a pequena varanda, com sua atenção ainda totalmente voltada para a paisagem.

Alec já estava acostumado com aquela vista porque correria nas trilhas ao redor e nadava naquela praia todos os dias de manhã cedo, mas agora ele se aproximou e abraçou Magnus por trás, pousando o queixo em seu ombro.

Tudo parecia igual até onde a vista alcançava. A areia branca. A água começando esverdeada e ficando mais azul no horizonte. Os barquinhos minúsculos lá em alto mar. As nuvens no céu. O pequeno morro na lateral que separava os turistas daquele cantinho privado. Tudo era o mesmo desde que Alec se lembrava, mas a sensação de olhar para aquilo parecia nova agora.

Enquanto abraçava Magnus Bane, quase como o Jack abraçou a Rose na proa do Titanic, Alec ficou imaginando duas crianças correndo naquela areia e brincando na beira d'água.

Ele imaginou Rafe e Tessa ali, sem nem saber como eles eram, mas de algum jeito a imagem era nítida na sua cabeça.

Alec se imaginou fazendo um castelinho de areia com Tessa. Se imaginou nadando e surfando com Rafe. E se imaginou simplesmente deitado ali, com Magnus ao seu lado enquanto as crianças corriam e enchiam a praia de gritinhos e risadinhas.

Ele estava tão imerso naquela fantasia que se assustou quando Magnus quebrou o silêncio.

- Meus filhos amariam isso aqui.

Redescobrindo o Amor aos 40Onde histórias criam vida. Descubra agora