13- Pode transferir

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Nota da autora: Sei nem o que dizer pra vocês....



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O primeiro pensamento de Magnus ao entrar naquela boate foi: "Eu enlouqueci de vez".

Uma coisa era ir num bar com mesinhas e que tinha uma pista de dança central. Outra coisa bem diferente era se enfiar num aglomerado interminável de pessoas se espremendo por todos os lados enquanto dançavam loucamente num ritmo de música que Magnus não conseguia acompanhar.

Raphael tinha 38 anos, Catarina tinha 34, Ragnor tinha 30 e ele tinha 40. Essa era basicamente a faixa etária padrão naquela noite, mas mesmo assim, olhando para todas aquelas pessoas ao redor, ele quase se sentia na terceira idade.

Ainda nem era meia noite e o lugar já estava cheio, então ele nem queria imaginar como ficaria mais tarde, mas estava lá para dançar, beber e se divertir, por isso ele respirou fundo e tentou relaxar.

Raphael já começava a se balançar no ritmo da música e Ragnor já ativava o seu radar em busca das maiores beldades do recinto, mas sempre acabava olhando para Catarina, que desfilava até o balcão de bebidas com um sorriso arrasador.

Todos pareciam à vontade ali, e a última coisa que Magnus queria era agir como um coroa careta perdido no meio de uma sociedade mais jovem, então talvez a bebida o ajudasse a se soltar.

Ele foi atrás de Catarina, e de repente havia 8 shots de tequila. 2 para cada um.

Deveria ser o suficiente por um tempinho, mas eles pediram mais e mais, até se flagrarem no meio daquela aglomeração, pulando e cantando alto quando as caixas de som começaram a ecoar os maiores clássicos de Queen, Aerosmith e David Bowie.

- Eu disse que ia valer a pena. - Ragnor berrou com uma risada orgulhosa, e nem Magnus podia negar isso porque estava se divertindo de verdade.

O problema foi no meio da madrugada, quando as tequilas começaram a parecer alucinógenos.

Eram quase 3h da manhã e, apesar de sentir o peso do olhar de algumas pessoas na sua direção desde cedo, Magnus tinha certeza de que estava dançando sozinho, ao mesmo tempo em que podia sentir um formigamento na pele, como se alguém estivesse segurando a sua cintura.

Ele fechou e abriu os olhos rápido, se certificando de que ninguém o agarrava, mas a pessoa mais próxima era Ragnor há 1 metro de distância, que finalmente criou coragem para dançar com Catarina.

Seria muito legal se ela se tornasse sua cunhada, além de amiga e secretária.

Raphael estava um pouco mais adiante, dançando mais contido enquanto bebia uma garrafa de água. O único sensato ali.

Não havia ninguém mesmo tocando em Magnus, mas a sensação continuava forte. Um formigamento. Um arrepio. Uma saudade.

Ele fechou os olhos de novo, e dessa vez sentiu que tinha se transportado para um bar no Havaí, dançando agarradinho e lentamente com Alec, mesmo que a música parecesse agitada.

Magnus também tinha bebido muito naquela noite, mas os detalhes eram vívidos na sua mente, cada momento com Alec na festa, até terminarem juntos na cama do hotel.

Foi tão incrível que a sensação permanecia reagindo no seu corpo, e foi quase desesperador quando ele abriu os olhos e viu um homem lhe observando.

Sua visão estava embaçada e a mente estava viajando, mas ele ainda tinha total consciência de que estava numa boate em Chicago, e que o homem avançando na sua direção agora era lindo.

Redescobrindo o Amor aos 40Onde histórias criam vida. Descubra agora