23- Um amigo especial

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As semanas seguintes foram tão agitadas que Magnus mal percebeu que na realidade tinha se passado dois meses.

Ele tentava equilibrar o seu tempo com o trabalho fazendo plantões para compensar os dias que tirou de folga no ano novo para ir ao Havaí, ou indo a congressos de psiquiatria e até fazendo retiros voluntários para ajudar as pessoas com algum transtorno e que não tinham plano de saúde para ir até a clínica.

No restante do tempo ele focava o máximo possível nos filhos, e mais tarde, quando eles iam dormir, Magnus ia para o quarto com uma taça de vinho e ligava para Alec.

Algumas noites, infelizmente, Magnus se sentia tão cansado que quase não conseguia manter os olhos abertos por muito tempo, e em consequência disso, as ligações vinham ficando cada vez menores nos últimos dias.

Alec parecia muito compreensivo quanto a isso, mas também sempre soava preocupado, e por causa disso, hoje Magnus fez questão de fazer uma chamada de vídeo com ele, mostrando que estava bem e que tentaria ficar o máximo possível naquela ligação.

Depois de uma rápida conferida no seu reflexo, Magnus abriu só um pouquinho do seu robe na altura do peito e se sentou no sofá que ficava no canto do quarto, pousando a taça de vinho na mesinha ao lado.

Talvez deitar na cama fosse um pouco mais sensual, mas ele tinha medo de acabar dormindo, então o sofá teria que servir mesmo.

Alec atendeu depois de poucos toques, e quando o seu rostinho sorridente surgiu na tela, Magnus esqueceu todo o cansaço que estava sentindo.

Alec parecia estar sentado na areia, com uma toalha sobre os ombros, o colarzinho de concha pendurado no pescoço, o cabelo ainda pingando um pouco, e sua casa de cenário ao fundo indicava que ele provavelmente estava observando o pôr do sol depois de nadar na sua praia particular.

Eram horas mais cedo em Honolulu, e aquela luz alaranjada o deixava mil vezes mais lindo. Simplesmente perfeito no lugar a qual pertencia.

- Oi. - Alec disse, ainda esboçando aquele sorrisinho de tirar o fôlego, mas que também parecia surpreso. - Você não disse para evitarmos fazer chamadas de vídeo?

- Sim. - Magnus admitiu com um suspiro melancólico. - E agora eu lembro por quê. Olhar pra essa carinha triplica a saudade, e quando só escuto a sua voz fica um pouquinho, bem pouquinho mesmo, mais fácil de controlar.

Alec riu e depois fez um beicinho que Magnus se flagrou suspirando de novo.

- Eu vou ter que te dar razão, Bane. Olhar pra você assim está me tirando de órbita.

- Então eu vou desligar. - Ele provocou, quase rindo em seguida, quando Alec fez um biquinho ainda maior.

- Não se atreva. Agora que estou te vendo, quero continuar assim até você não aguentar mais. Como foi o seu dia hoje?

- Foi ótimo, mas longo. Eu visitei uma nova instituição para fazer umas consultas, mas não sei por quanto tempo mais vou conseguir fazer isso. Se o diretor do hospital descobrir que eu fico realizando consultas gratuitas por aí, eu nem sei o que pode acontecer.

- Não deveria acontecer nada de ruim. - Alec disse determinado. - O que você faz no seu tempo livre não é da conta dele. E você está ajudando as pessoas. Esse é o objetivo de qualquer Doutor e eu estou muito orgulhoso de você.

- Obrigado, Alec, mas não é bem assim no Chicago Med. - Magnus lamentou. - Pelo menos não para o Diretor Turner. Ele só quer saber dos lucros das consultas e tratamentos, por isso está me colocando em tantos plantões. Eu nem sei quantos eu já fiz nesses dois últimos meses.

Redescobrindo o Amor aos 40Onde histórias criam vida. Descubra agora