14- Cedo ou tarde

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Magnus ficou um longo minuto em silêncio, beliscando o próprio braço para ter certeza de que estava acordado, mas não havia dúvida. Aquela voz era inconfundível, e fez o seu coração disparar com uma força assustadora.

- Alexander. - Ele respondeu baixinho e incrédulo.

- Oi. - Alec disse em seguida, e Magnus podia jurar que ele estava sorrindo lá do outro lado do oceano. - Como você está?

*Como eu estou? É sério isso? Como você acha que eu estou ouvindo a sua voz novamente? Tendo um surto interno bizarro e vergonhoso, é claro!*

- Eu estou bem, mas bastante surpreso. - Foi o que disse. - Já faz...

- Um mês. É, eu sei.

- Como conseguiu esse número?

- Na internet. Você disse que trabalhava no Chicago Med e eu pesquisei o contato da ala psiquiátrica.

*Ai meu Deus. AI MEU DEUS! ISSO TÁ ACONTECENDO MESMO?*

- Me desculpe se passei dos limites. - Alec continuou, parecendo envergonhado quando o silêncio de Magnus se prolongou demais.

- Está tudo bem. - Ele garantiu. - Estou feliz por ter ligado, mas realmente surpreso.

- Eu não tinha certeza se você estava trabalhando hoje, mas a sua secretária disse que você poderia me atender se fosse urgente.

- O que aconteceu? - Magnus se alarmou, e só percebeu que estava com a mão sobre o peito quando sentiu o coração dar um pulsar ainda mais agitado.

- Pra ser honesto eu não sei bem o que está acontecendo. - Alec começou a dizer. - Eu conheci uma pessoa e não consigo parar de pensar nele. Acho que isso está me enlouquecendo.

Magnus ouviu aquilo e no mesmo instante teve a impressão de que seu coração agitado estava parando e afundando até o estômago.

Ele não acreditava que Alec estava ligando depois de um mês pra contar que conheceu outra pessoa que com certeza era um cara novinho e gostosão que não morava há um oceano Pacífico de distância.

*Legal! Parabéns, Alexander. Se não consegue parar de pensar nele, então procura um psicólogo*

Era isso o que Magnus provavelmente teria dito se Alec não tivesse prosseguido logo.

- Esse cara é um pouco mais velho, e um tanto inseguro por causa disso, mas eu gostei muito dele, e acho que ele também gostou de mim. O problema é que ele foi embora há um mês e por isso eu preciso da sua ajuda, porque eu não sei o que fazer.

*ah! AH! Sou eu. Meu Deus! Ele está falando de mim! Socorro?*

Magnus cobriu a boca para abafar a gargalhada nervosa que queria dar, mas não pôde conter o sorriso de doer as bochechas.

Esse tempo todo tinha acreditado que Alec o esqueceu, e era justamente o oposto. Ele lembrava tanto que até recorreu a internet para encontra-lo.

- Esse cara deve ter sido especial pra ficar no seu pensamento esse tempo todo.

- Foi sim. - Alec admitiu baixinho, e Magnus quase conseguia imaginá-lo sentado na areia, segurando o celular com firmeza e olhando para o horizonte. Talvez com uma prancha ao seu lado. - Eu sinto a sua falta, Bane.

Magnus se jogou pra trás na cadeira e fechou os olhos por um momento, pensando em mil coisas que poderia dizer, mas só uma era verdade.

- Eu também sinto a sua falta, Lightwood.

Redescobrindo o Amor aos 40Onde histórias criam vida. Descubra agora