mom and dad.

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𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋𝐀́𝐕𝐈𝐀

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𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋𝐀́𝐕𝐈𝐀.
𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐'
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Minha mãe havia saído, como de costume, e eu ia ao cinema vermelho com Gustavo. Nessa semana eles exibiam um filme italiano chamado Si vive solo una volta, e eu queria ver. Como sempre fazia, Gustavo me encontrou na esquina.

— Temos que correr. — Eu disse. — Ou vamos perder a sessão das nove.

— Não estamos atrasados. Relaxa. — Andamos a andar em direção ao ponto de ônibus, e percebi que não tinha pegado o bilhete. Estava no bolso de um moletom que havia ficado na casa do Gustavo quando fui fazer a lição de casa com ele outro dia.

— Droga. A gente tem que voltar à sua casa. Meu bilhete de ônibus ficou no bolso do moletom que esqueci na sala de jantar. — Ele acenou com desdém.

— Eu pago para você.

— Não, Gustavo. Isso é bobagem. Ainda temos tempo. — Comecei a ir para a casa dele. Ele segurou meu braço.

— Para. Eu pago pra você.

— Eu vou lá pegar. — Uma expressão de pânico passou rapidamente por seu rosto.

— Não podemos entrar.

— Por quê?

Como acontecia semana sim, outra não, a mãe dele, Jussara, estava fora da cidade em uma viagem de negócios. Eu não entendia por que ele insistia tanto para não entrarmos na casa. Gustavo dava a impressão de procurar uma desculpa. Seus olhos se moviam de um lado para o outro, e meu instinto me avisou que havia algo errado ali.

— O que você está escondendo de mim?

— Nada. Só não dá para entrar agora.

— Não entendo. O carro do seu pai está do lado de fora. Ele está em casa. Por que não posso entrar e pegar meu moletom?

— Meu pai vai ficar bravo se souber que estou com você. Eu disse que ia encontrar o Rob.

— Mentira. Seu pai sabe que estamos sempre juntos. Ele nunca reclamou disso.

— Não à noite.

— Você está mentindo.

— Tapa, confia em mim.

De repente, corri para a porta da frente e bati com força. Nada aconteceu durante um minuto, até que Marcos Mioto abriu a porta.

— Oi. Gustavo e eu vamos ao cinema, mas preciso do meu bilhete de ônibus. Está no moletom que deixei na sala de jantar. Só preciso entrar para pegar.

O pai de Gustavo olhou para o filho com ar preocupado.

Do outro lado, o rosto de Gustavo empalideceu. Quando percebi que o Sr. Mioto hesitava em me deixar entrar, simplesmente passei por ele.

— Só quero meu moletom.

Assim que entrei, vi meu agasalho sobre o encosto de uma cadeira. E outra coisa chamou minha atenção: o casaco de pele sintética da minha mãe. O que ela estava fazendo aqui?

Não precisei de muito tempo para deduzir. Subi
a escada furiosa, porque sabia exatamente onde a encontraria. Invadi o quarto dos pais de Gustavo e vi minha mãe se vestindo depressa. Cobri a boca com a mão, balancei a cabeça incrédula e, correndo, desci a escada e saí pela porta da frente. Gustavo correu atrás de mim.

— Tapa, espera! Por favor! — Virei-me e explodi.

— Você sabia disso? Sabia que minha mãe estava lá com seu pai? Há quanto tempo isso está acontecendo?

Eu não sabia como te contar.

— Não acredito nisso!

— Desculpa, Tapa. Desculpa mesmo.

Corri de volta para minha casa e bati a porta, sem saber o que doía mais: as atitudes de minha mãe ou Gustavo ter escondido isso de mim.

Corri de volta para minha casa e bati a porta, sem saber o que doía mais: as atitudes de minha mãe ou Gustavo ter escondido isso de mim

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𝗶𝗻𝘁𝗲𝗻𝘀𝗲 𝗹𝗼𝘃𝗲 | 𝗆𝗂𝗈𝗍𝖾𝗅𝖺 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora