make love with you.

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𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋𝐀́𝐕𝐈𝐀

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𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋𝐀́𝐕𝐈𝐀.
𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐'
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(ouça: a flor e o beija-flor, by H&J)

Choveu o dia inteiro. Como se pudesse sentir que algo estava fora do lugar, Liz se recusou a dormir no berço naquela noite. Isso me fez pensar que os bebês podiam ter um sexto sentido. No primeiro dia, ela tinha dormido bem em seu novo quarto, olhando as estrelas. Mas hoje, a última noite de Gustavo em casa, Liz só ficava tranquila no meu colo. Intuição, talvez.

Então, eu a deixei comigo na cama, embora nenhuma de nós duas conseguisse dormir. Quanto mais se aproximava da meia-noite, mais eu ficava melancólica e perdia a briga para a insônia. As batidas na porta foram leves.

— Ana Flávia, está acordada?

— Sim. Entra.

Ele entrou e deitou na cama conosco, ajeitando as cobertas.

— Não consigo dormir.

— Está nervoso?

Apavorado.

— Com o quê, exatamente?

— Com tudo. Estou com medo de deixar vocês sozinhas, com medo de ela não se lembrar de mim... com medo de ela se lembrar de mim, lembrar que fui embora. Estou com medo de me apresentar para milhares de pessoas, com medo de estragar tudo.

— Não devia estar preocupado com os shows. Você vai arrasar.

Ignorando o comentário, ele pegou Liz e a colocou sobre o peito. A respiração dela começou a ficar mais tranquila. Meu coração se partiu quando ele beijou sua cabeça.

— Desculpa, Abelhão.

Eu havia passado o dia num estado lamentável, alternando entre sentir pena de mim e da Liz e orgulho e entusiasmo por Gustavo. Nesse momento específico de intimidade, eu me sentia obrigada, não como amante, mas como amiga, a ajudá-lo a entender que ele merecia essa oportunidade, porque havia trabalhado a vida inteira por ela. Ele não tinha por que se desculpar. Foi assim que eu tive certeza de que o amava: na última hora, tudo o que eu queria era livrá-lo da culpa e ajudá-lo a se sentir bem, por mais que doesse vê-lo partir.

𝗶𝗻𝘁𝗲𝗻𝘀𝗲 𝗹𝗼𝘃𝗲 | 𝗆𝗂𝗈𝗍𝖾𝗅𝖺 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora