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| UM MÊS DEPOIS, SÃO PAULO |

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| UM MÊS DEPOIS, SÃO PAULO |

CUIDAR DE DUAS PESSOAS É REALMENTE MUITO DIFÍCIL, ainda mais quando uma delas é completamente teimosa. Acho que você já imaginou de quem eu estou falando né? Tudo bem que o Joaco não teve ferimentos graves, mas ainda sim, se precisa ter cuidado e a criatura quer retornar aos treinos por simplesmente estar entediado em casa.

Quando eu ouvi ele dizendo isso, eu quase surtei, porquê além de eu estar cuidando de um bebê recém nascido, eu ainda tenho que lidar com uma criança de 25 anos que parece viver como se fosse seu último dia de vida. Literalmente, ele faz as coisas sem pensar e quando você se mete, ele fica bravo e grita com você por simplesmente você querer ajuda-lo.

Se algum dia eu tive que me manter "calma" para não morrer, com toda certeza, agora eu tenho vida infinita. Pois eu já suspirei e pedir a Deus paciência umas 10 vezes hoje e não estamos nem no meio do dia. Daqui para o anoitecer eu infarto.

— Joaquín, é a última vez que eu falo pra você tirar esse uniforme do Palmeiras. Você NÃO vai ir treinar, você NÃO está 100% para voltar! — indago totalmente sem paciência nenhuma.

Eu tinha acabado de deitar para descansar, a noite com o Ravi foi extremamente longa, ele não anda dormindo direito e eu também acabo ficando acordada com ele. E ai, quando o Ravi finalmente dorme, quando eu finalmente posso dormir por umas horas, sou acordada pelo Piquerez se arrumando e por muito pouco ele não sai de casa.

— Eu NÃO vou ficar trancafiado aqui! — responde alterando a voz no não, assim como eu fiz. — Estou sentindo falta dos treinos, ficar aqui dentro tá me matando aos poucos. — choraminga se jogando no sofá.

Por impulso e talvez para descontar a raiva que eu estava sentindo, dou um soco no ombro dele. Justo no ombro que ficou danificado no acidente por conta das varias capotagem que o carro deu.

— AI PORRA! TÁ FICANDO MALUCA?! — ele grita reclamando com a dor causada pelo soco.

— Fala baixo ou eu dou outro bem mais forte. — lhe ameaço e ele fica calado me olhando e massageando o braço. — Ta vendo amorzinho o porque que você não pode voltar? Se com um soco já dói, imagina com um jogador rival batendo em você no campo.

Deduzo que pela cara que ele fez, finalmente ele pode ter entendido o que eu quis dizer e por um milagre ele pode ter desistido dessa ideia de maluco. Mas mesmo assim vou intensificar as coisas.

— Olha...— respiro fundo para me recompor. — Eu sei que ficar sem fazer o que a gente gosta é ruim, vai por mim, digo por experiência própria. Mas será que você pode por favor parar de dar trabalho? Joaco, olha pra mim! — chamo sua atenção amostrando o meu estado no atual momento, eu estou acabada. —Eu estou exausta, nosso filho não dorme a noite e durante o dia eu tenho que ficar te vigiando pra você não se machucar. Eu preciso dormir, então será que tem como você parar de agir feito uma criança e começar a agir como um pai responsável?

𝐈𝐌𝐏𝐄𝐑𝐅𝐄𝐂𝐓𝐎𝐒 - Piquerez & Arrascaeta. Onde histórias criam vida. Descubra agora