➥ AS COISAS ANDAM MUITO ESTRANHAS, achei que depois do nascimento do Ravi esse clima tenso iria passar e por um tempo realmente passou. Mas agora voltou aquela sensação de algo errado, de guerra e de desentendimento. Piquerez e Arrascaeta não andam se dando bem, eles quase não conversam e quando um estar perto de mim, o outro se afasta.
Estou tentando ao máximo não me meter nessa situação, ainda mais considerando o meu estado, que agora não posso mesmo ter estresses. Pois o que está em jogo é o leite materno do meu bebê.
— Estou indo para o aeroporto agora, mas a minha mãe vai estar aqui no final do dia para cuidar de você. Qualquer coisa me liga. — Piquerez diz ao entrar no quarto todo arrumado e cheiroso.
O uruguaio está voltando para São Paulo, o time está realmente precisando dele e apesar de eu não estar nas minhas melhores condições de saúde. Ele não iria poder ficar de qualquer jeito.
— O Arrascaeta vai chegar a tempo de ir busca-lá no aeroporto, será? — pergunto terminando de fechar a fralda suja do Ravi para jogar no lixo.
— Acredito que sim, mas se ele não voltar até lá, ele pode dar o jeito dele. — responde o uruguaio seco.
Apenas concordo e ele dá um cheiro no topo da cabeça do bebê que agora estava sonolento, porém não iria conseguir dormir pois estava na hora de dar o seu devido mama. Quando ele termina de se despedir do nosso filho, ele vem até mim e também me dá um beijo na testa. Estranho por ele nunca ter feito isso antes, só quando estávamos brigados.
— Tá tudo bem com você? — não resisto em pergunta, queria muito saber o que tinha de errado.
— Sim, por que não estaria?
— Sei lá, talvez por você está estranho todo esse tempo. Você não me chama mais pelo apelido carinhoso ou de amor, anda me respondendo seco e nem lembro a última vez que me beijou.
Piquerez suspira fundo pensativo sobre alguma coisa referente ao que eu acabei de dizer, achei que iria ganhar uma justificativa ou o real motivo pra ele estar estranho desse jeito. Mas a única resposta que eu ganhei foi:
— Deve ser coisa da sua cabeça. — sorri fraco.
— Se você diz...— digo desviando os olhos dele.
— Tenho que ir, até breve. — se despede pela última vez, saindo do quarto poucos segundos depois.
Tem alguma coisa errada, disso eu tenho certeza, mas chuto que ele não queira falar por não querer me causar estresse. Só que eu sou teimosa e quando eu quero descobrir alguma coisa, eu vou até o fim.
•••
Por volta das oito horas da noite, o Arrascaeta chega em casa acompanhado de sua mãe. Sem pensar muito ele vem me pedindo mil desculpas por ter me deixado sozinha o dia todo, só que a Marília sabia que o Piquerez iria viajar hoje e que o Arrascaeta iria para o treino, assim como o Éverton, então ela apareceu aqui de tardezinha para me ajudar.
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𝐈𝐌𝐏𝐄𝐑𝐅𝐄𝐂𝐓𝐎𝐒 - Piquerez & Arrascaeta.
Fanfiction"Uma pessoa possessiva não ama, faz reféns" - Mariana Paquetá.