17.2 Daddy issues (parte 3)

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Pedro me deixou em casa depois do café, já ia começar a escurecer, mas não desmarquei com Eduardo, realmente tínhamos trabalho a fazer.

— Tudo bem? Não estava em casa? — perguntou Edu, entrando em meu quarto e largando a sua mochila no chão.

— Não, fui tomar um café com um amigo. Estou um pouco cansada, então vamos fazer metade das tarefas.

— Certo. Se você quiser, faço a outra parte em casa. — Se joga na minha cama e pega seu caderno e uma caneta.

— Não é necessário, podemos fazer amanhã na aula.

— Talvez eu faça, se dormir tarde.

Ele começou as primeiras questões e eu me troquei antes de deitar ao seu lado e fazer as outras. Coloquei um short de pijama curto e uma blusa fina de alça que mal tampava meus seios, gostava de dormir confortável, e como não ia sair mais naquele dia...

— Yumi parou de te perturbar?

— Ela não perturbar, é uma garota legal.

— E por que não aceita sair com ela? Vocês podiam ir ao baile de formatura juntos.

— Estou pensando em convidar outra pessoa.

— Está pensando em convidar quem? — Fico subitamente interessada na fofoca e me sento.

— Você não conhece. — Ele tira os óculos e coça os olhos, depois coloca de novo.

— Ah, vai, me fala um nome!

— Ei, para, vamos continuar as questões.

— Se não me contar, vou descobrir sozinha — digo, empurrando ele pra deitar na cama e me sento em cima dele.

— Nunca saberá, ela não é do campos. Agora sai de cima de mim.

— Vai me contar por bem ou por mal. — Tento fazer cócegas na sua barriga, mas ele segura minhas mãos.

— Você já está toda bagunçada  — diz ele, inclinando o queixo e apontando pra minha blusa. Olho pra baixo e vejo que ela levantou e que meus seios estão expostos.

De repente a porta do meu quarto se abre e alguém entra, me chamando.

— Maria, com licença. Seus pais não estão em casa, então... — Pedro perde a fala quando nos vê naquela posição e nós dois rapidamente pulamos da cama, ajeitando as roupas.

— O que você está fazendo aqui? Por que não bateu a porta e esperou eu atender? — Faço uma cara feia, apesar do meu coração estar batendo mais forte por vê-lo novamente.

— Que merda estava acontecendo aqui antes de eu entrar? — Ao invés de se desculpar e sair, Pedro entra totalmente no meu quarto e vai direto até Eduardo, que se encolhe. — Eu quero você longe da minha sobrinha.

— Eu não sou sua sobrinha! — Grito, furiosa, ele não tem esse direito.

— Cale a boca. — Ele nem olha pra mim ao dizer, está apenas encurralando o coitado do Edu. — Peguei suas coisas e vá embora daqui, nunca mais quero te ver nesse quarto.

— S-sim, senhor. — O coitado do Edu corre para catar seu material e aguardar tudo na mochila o mais rápido possível.

— Você não tem esse direito, ele é meu amigo, Pedro!

— Sei muito bem o que esse amigo iria fazer com você se eu não tivesse chegado. — Agora ele se vira pra mim, mas ainda tem Edu na sua visão periférica. Ele nem o conhece, como pode estar com tanta raiva assim?

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