23.1 Meios-irmãos (parte 2)

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  Fico horas acordada pensando no que Ben disse. Como assim, se ele não poder ter, ninguém poderá? Ele me queria? Impossível! Ele era todo grosso e fechado, não parecia ter ficado à vontade em nossa e casa respeita nenhuma regra da casa. Não me olhava de modo desejoso, até onde sei e também nunca tinha me falado nada.

E também... Eu não me achava bonita e alguém suficiente para estar ao lado dele. Quando Ben chegou, achei o Instagram e não tinha quase nenhuma foto, mas nos marcados tinha fotos com amigos e uma garota em específico chamou a minha atenção, no perfil dela tinha algumas várias fotos deles juntos e uma deles beijando na boca. Eles eram namorados lá. As fotos mais recentes dela não falavam nada dele, e ele não tinha postado foto com ela, então isso era muito confuso.

E, caramba, ela era muito diferente de mim. Muito magra, muito loira, os olhos muito azuis e a boca muito rosada. Eu tinha muitas curvas, uma pochete que me incomodava demais, os cabelos escuros, os olhos sem graça e a boca também. Eu nem sabia pousar para fotos igual a ela, além de que suas amigas eram top, saídas de filme adolescente.

Já minha amiga e eu, éramos as duas pessoas mais sem graças da escola. Quer dizer, tinha a galera que o povo falava que não tomava banho e eles andam bem mais desleixados, mas eu não gostava de julgar as pessoas, então me importava muito com o que as pessoas falavam e só notava que minha amiga e eu éramos bem excluídas.

Ninguém queria andar junto e os meninos não se interessavam. Então, só concluo que Ben estava brincando com a minha cara. Era isso que irmãos faziam. Eu nunca o veria como um irmão mais velho, mas talvez ele sim e só queria me pregar uma peça e me fazer sonhar que um garoto bonito como ele estaria interessado em mim.

Sem ter muito o que fazer já que estava sem sono, entrei no mesmo site que comprei a saia e comprei um modelo novo na cor branca. Eu não iria deixar de usar minhas roupas por causa de outras pessoas, além do que, talvez eu tenha gostado de ter recebido alguns poucos olhares que nunca recebi antes.

XXX

No dia seguinte, por incrível que pareça, Ben estava de pé cedo, tomou café com todo mundo e saiu de casa junto comigo. Hoje eu vestia um moletom e uma calça jeans justa em cima e larga na barra. Caminhava devagar, perdida em pensamento, enquanto Ben vinha atrás de mim, como se fosse meu guarda-costas.

— Está tão quieta hoje, alguma coisa a aborrece? — perguntou, com um tom debochado. Ele sabia porque eu estava quieta, era constrangedor estar pensando demais no que ele tinha falado pra mim.

— Hoje eu tenho prova de matemática. — menti.

— Você não estudou? — Senti sua movimentação e então ele começou a caminhar ao meu lado.

— Estudei, sim.

— Então vai dar tudo certo. Você precisa ser inteligente, até porque, como minha mãe ordenou, você será minha nova professora.

— Ela pediu, e não ordenou, caso não saiba, tem diferença.

— Desculpa, é que sou burro, não frequento minhas aulas, se não percebeu.

— Isso é um problema seu. — Não queria ficar discutindo na rua, mas seu jeito me irritava bastante.

— Você é muito insuportável, na maior parte do tempo.

— Só sou insuportável com você!

— E nós sabemos onde isso vai dar. — Olhei para ela a tempo de ver um daqueles seus sorrisos de quem acha que é dono do mundo, então ele seguiu na direção do parque onde ele e seus amigos ficavam fumando.

Tempo de DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora