23. Meios-irmãos (parte 1)

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⚠️Não revisado! (ATENÇÃO: ESSE CONTO ESTÁ SENDO POSTADO NO LIVRO "PROIBIDA PARA MIM", DISPONÍVEL AQUI NO MEU PERFIL, QUE É SÓ SOBRE ESSE CASAL AQUI. QUEM QUISER JÁ PODE PULAR E LER DIRETO POR LÁ, JÁ CONTA COM 6 CAPÍTULOS).
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   — Benoaaaah, sua mãe está te chamando! — grito bem alto do pé da escada e volto correndo pra sala colocando minha meia e meu sapato.

Acho que ela pensou que eu iria subir para chamá-lo da porta do quarto, mas eu também estava muito ocupada me arrumando.

— Estou no banho, Lancellotti! — Ben grita de volta. Ele odeia que o chamem pelo nome, prefere Ben. E eu odeio que ele arrumou esse apelido para mim.

— Ben, pare de chamar Charlotte assim! — Francisca, a mãe de Ben, que chamamos de Fran, passa correndo da cozinha pra sala. Ela tenta pôr o sofá um pouco em ordem e o restante da casa também antes de sair.

Ela se esforçava pra tentar ser uma boa esposa pro meu pai e uma boa mãe pra mim. Já que provavelmente o filho dela era um caso perdido.

Eu ainda não sabia muito bem o que achar dos dois morando com a gente. Fazia muito tempo que meu pai conheceu Fran, mas eles decidiram deixar o namoro fluir por pelo menos um ano antes de colocar todo mundo dentro de uma casa só, ainda mais porque Ben morava fora e estava cursando o ensino médio.

Mas pelo pouco que ouvi pelas paredes finas, Ben estava dando trabalho nas escolas de lá e o pai e a mãe decidiram que era hora dele morar com ela pra ver se Fran dava um jeito no filho. Foi aí que meu pai entrou na história e eles decidiram que seria bom termos uma coisa sólida com uma família maior e duas potências (como chamo Fran e o senhor Julio Simons — meu pai).

— Me desculpa, Char, juro que conversarei com ele mais tarde.

Ah, eu também odiava que me chamassem por esse apelido tosco, mas quando ela perguntou se poderia me chamar assim com um sorriso amável e se esforçando para eu gostar dela, não pude recusar e aceitei com um sorriso pequeno e falso.

Pelo menos ela estava tentando, ao contrário de Ben.

Nossa casa era um pouco grande, tinha a suíte principal, meu quarto e um quarto de hóspedes, que agora virou o quarto de Ben. Ele o mudou completamente e agora estava muito masculino e com um monte de pôsteres de bandas de rock nas paredes. Não que eu tenha entrado muito lá, só dei uma olhada enquanto ele não estava.

Basicamente, fazia pouco tempo que viramos uma família e todos ainda estávamos nos adaptando.

— Tudo bem, senhora Kingdom.

— Ah, Char, você sabe que pode me chamar de Fran.

Perdi minha mãe quando era criança, e desde então meu pai dizia que não queria outra mulher e que eu era a única na vida dele e sempre seria assim. Não sei se fez isso por mim ou se seu luto durou mais do que o normal ou recomendado, sei lá... Mas quando Fran apareceu, achei que meu pai só queria tirar o atraso e que as coisas não iam pra frente. Acontece que, mesmo ela morando com a gente, ainda penso que uma hora meu pai vai voltar atrás e não quero me apegar a alguém que eu posso perder depois. Por isso não quero me acomodar tão rápido assim.

— É verdade, desculpe! — Corri pra cozinha para tomar café e não me atrasar.

Fran já tinha feito ovos mexidos, torrada e o café. Peguei algumas frutas e coloquei no meu prato também. Meu pai queria que todos comessem juntos a mesa de manhã e no jantar, que era o horário que todos estavam presentes em casa, mas Ben sempre se atrasava e atrasava todo mundo.

Então, não acho que eu tenha que esperar ninguém que não sabe usar um despertador ou se preocupar com compromisso.

Ouço o som de uma bota descendo as escadas e sei que é meu pai. Ele trabalha em uma rede elétrica e também era um dos últimos a descer, mas já estava completamente vestido e pronto para tomar o café e sair.

Tempo de DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora