19. Marcelo ou Ryan?

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Meu namorado estava tentando arrumar um namorado pra mim.

Há alguns meses percebi que nosso relacionamento estava indo por um caminho estranho e desconhecido, muito diferente de quando começamos a sair e de quando ele me pediu em namoro, até o presente momento.

Só que antes, quando ele começou com essas palhaçadas, não percebi o que estava acontecendo e acabava entrando na dele. Na verdade, ainda custo a acreditar no que ele estava fazendo, acho que ainda o amo. O problema é esse, não tenho mais certeza de nada e o que ele está fazendo me deixa ainda mais confusa.

Moramos em um apartamento com o amigo dele, um dos mais de 20 que ele tem. Marcelo sempre foi muito popular, enquanto eu só surfo na onda dele, pelo menos os amigos são legais.

Estou preparando o café da manhã pra eles, que já vão acordar. Gastamos de frequentar a academia de manhã, todos juntos, e lá encontramos alguns dos meninos. Sou praticamente a única menina entre eles. Às vezes revezamos, mas quem faz mais as refeições sou eu, é claro.

Também estou um pouco farta disso.

— O cheiro está ótimo! —  Mateus entra na cozinha com Marcelo logo atrás, com uma enorme ereção matinal formando uma barraca no short fino.

Penso que já faz 1 mês que não transamos, fora o meu período matinal, as outras vezes a desculpa foi um resfriado de Marcelo e também a sua indisponível física. Isso me deixa frustrada, pois sinto uma vontade enorme de transar nas noites em que ele se permite me abraçar.

— Estou fazendo panquecas com mirtilo e calda de chocolate.

— Hum, meu preferido, Gracy. — Mateus se aproximou e beijou minha bochecha, logo atrás dele Marcelo segurou minha cintura e beijou a lateral da minha cabeça. Quando me virei para receber um beijo mais íntimo, ele já tinha se afastado para se sentar a mesa.

Suspiro, depois continuo a preparar o café da manhã.

— Estamos programando uma viagem — diz Marcelo, quando já estamos todos comendo.

— Estamos? — Ah, é, esqueci de que nem sou mais incluída nas decisões, apenas avisada.

— Exatamente, eu e os moleques. Vamos para uma casa de praia da mãe do Júnior.

— Ah, que legal... E eu vou também? — Decido averiguar sua resposta.

— Se você quiser...

E Mateus responde ao mesmo tempo:

— É claro que ela vai, que pergunta é essa?

— Nada. — Pelo visto, seus amigos não tinham estranhado o comportamento estranho de Marcelo, ou até tinham, já que ele vinha se comportando de maneira tão incisiva. — E quando vamos?

— Esta tarde.

— Nossa, vou precisar fazer uma mala.

— Sugiro que não vá a academia conosco então, vai ter mais tempo pra arrumar. — Marcelo se levanta e beija minha testa. Mateus sai logo em seguida e um tempo depois os dois saem arrumado para a academia.

Nem reclamo ou fico chateada, apesar de amar treinar, realmente preciso fazer as malas. Essa viagem vai ser boa para eu colocar a cabeça em ordem, e se a irmã de Pepeu for também, não serei a única menina e vamos poder nos divertir juntas.

Faço uma mala bem grande com tudo que tem direito, penso em fazer a de Marcelo também, mas ele não está merecendo que eu seja boazinha a este ponto. E quando ouço o barulho da porta, quase 2h depois, sei que são os meninos voltando.

Tempo de DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora