Cláusula 3 [EM PAUSA]

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Eu ainda não acredito que esse idiota conseguiu fazer um gol naquele jogo, eu ainda não acredito que agora estou aqui nesse quarto com a Karol me observando enquanto eu escolho uma roupa pra vestir. Senhor, se for um pesadelo, já pode me acordar!

— Porque você tá andando de um lado pro outro igual maluca? —Karol pergunta— É só escolher uma roupa, não é o fim do mundo, Yas.

— É o fim do mundo sim —Seguro meus cabelos em um rabo e solto o ar que estava prendendo— Olha pra mim, Yasmin Ribeiro, saindo com o Gabigol. O meu pai se sonhar uma coisa dessas vai ter um infarte e morrer de desgosto.

Karol revira os olhos, eu sei que pra ela é tudo muito fácil, pra ela é legal se envolver com rival. Mas, pra mim, pra minha família não é. Ainda mais com o Gabigol. O cara mais odiado do Brasil, por todos e especialmente por mim.

— Vai com esse vestidinho preto. —Ergue a peça de roupas com as mãos.

— Quer saber? Ele quis esse acordo idiota, então ele vai me aguentar com a camisa do Corinthians, shorts jeans e havaiana branca do Brasil.

— Você tá maluca? E se ele te levar pra algum lugar patente alta? —Karol praticamente grita.

— Ele não vai fazer isso —Dou risada— Ele sabe da Cláusula 3.

— Ué, mas lá não fala sobre relacionamento amoroso? —Ela coloca os lábios suavemente de lado— Você tá doida querendo, né?

— Não fode, Karoline. —Reviro os olhos— Se a minha cara sair estampada com a dele em site de fofoca. Pra mim, já era.

Coloco a minha roupa escolhida, passo o meu hidratante por todo o corpo, o meu desodorante e dou umas espirradas do meu perfume, como diz a Karol "Meu segundo banho".
Prendo meu cabelo em um coque e faço uma maquiagem leve. Bem clean girl tá meninas?
Dou risada com o meu próprio pensamento.

Certamente se eu não tivesse investido na carreira de jornalista, o plano B seria eu meter as caras em ser blogueira.

Escuto a maldita buzinada da Porsche, merda! Eu jurava que ele ia desistir.

Coloco os meus documentos e o meu gloss dentro da bolsa. Se ele quis sair comigo, ele é quem pague o que eu vou consumir. Meu cartão vai ficar em casa.

Mais uma buzinada, me apressando. Esse cara nasceu prematuro, só pode.

— Boa sorte. —Karol fala me mandando um beijo no rosto, enquanto eu caminho até a porta do quarto.

— Vou precisar. —Retribuo o beijo e reviro os olhos, acho que já fiz isso umas cinquenta vezes, só hoje.

Saio pela porta principal do lugar que agora é a minha nova casa, ainda é estranho falar isso. Não me sinto em um lar, ainda. Mas, é isso ou abrir mão do meu sonho e viver em São Paulo nas costas do Seu Jorge.