Amor sempre Amor

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CAPÍTULO TRINTA E SEIS

Lan Wangji

EU fui para Boston cedo. Eu não sabia por que estava nervoso em conhecer Cheng, mas estava. Além disso, sairíamos para jantar, e isso às vezes poderia ser estranho para alguém que não bebia, e poderia dar vontade de beber. O álcool era uma atividade tão social que lhe ofereciam uma bebida em quase todos os lugares que ia. E se você dissesse não, as pessoas às vezes pressionavam. Não pensei que isso aconteceria com Cheng e, se assim fosse, teria Wuxian  como apoio. Inferno, pelo que eu sabia, Wuxian  disse a ele, mas isso me estressou.
Então achei que seria uma boa ideia ir primeiro a uma reunião, o que fiz, e fiquei feliz por isso. Agora, eu iria conversar com Xingchen antes de ir para o apartamento de Wuxian .

"Como você está, garoto?" Xingchen perguntou. Ele tinha apenas quarenta e cinco anos, então eu não sabia por que ele me chamava de garoto, mas isso não me incomodava. Eu conhecia Xingchen bem o suficiente para saber que era um sinal de afeto.
“Está indo muito bem”, respondi, e ele franziu a testa.
"Tente novamente."

Droga, eu deveria saber que não conseguiria esconder nada dele. “Não, estou, de várias maneiras. Trabalhei tanto e parece que minha vida está dando certo. Eu sei como ser feliz. Eu sei como lutar por mim mesmo. E eu tenho Wuxian .

Deus, eu ainda não conseguia acreditar que finalmente o tinha.

"Mas?" Xingchen solicitou, e eu respirei fundo, concentrando-me na minha respiração por um momento.
“Mas tenho medo de estragar tudo. De escorregar. De beber novamente. Que mesmo que Wuxian  e eu estejamos bem, ele perceberá que muito tempo se passou ou que somos pessoas diferentes. Estou com tanto medo de perder tudo.”

Foi a primeira vez que me permiti admitir isso em voz alta. Eu odiei que meu cérebro tenha pensado nisso, porque, como eu disse, estávamos indo muito bem. Estávamos tão felizes, e não havia dúvida de que nos amávamos. Mas nós dois sabíamos que às vezes o amor não era suficiente. E eu também sabia que não importa quanto tempo eu ficasse sóbrio, seria uma batalha para toda a vida.

“Você acha que isso não é normal?” Xingchen perguntou. “Eu prometo a você, é. Você se preocupa com essas coisas porque você se importa. Você se preocupa com sua vida, com sua recuperação, com Wuxian . Você quer ser feliz agora, onde antes não queria. Mas o fato de você estar pensando nessas coisas, o fato de estar falando sobre elas, são todos bons sinais, Wangji.

Balancei a cabeça, esperando que ele estivesse certo. Meus pensamentos às vezes me faziam sentir como uma criança, como se eu sempre precisasse de garantias, mas precisava encontrar uma maneira de não pensar dessa forma. Se eu fizesse isso, ficaria louco e guardaria coisas dentro de mim. "Sim... sim, eu acho."
“Estou falando sério, garoto.”
“Eu sei que você está.”
Ele apertou meu ombro em apoio. “Então... esta noite. Gostaria que você mantivesse contato comigo. Ficarei com meu telefone comigo a noite toda. Envie-me uma mensagem se estiver com problemas. Eu vou buscá-lo se precisar. Não importa a que horas. E fale com Wuxian . Ele te ama. Ele não vai querer que você sinta que está lutando esta batalha sozinho.”

Não, eu sabia que ele não faria isso. Até mesmo a aula que ele falou sobre ir, merdas como essa, significavam muito para mim. Wuxian  estava nisso por um longo tempo. Ele queria fazer tudo o que pudesse para me apoiar e eu precisava me lembrar disso. “Obrigado, Chen.”

Saímos e conversamos por mais meia hora antes de eu sair. Como eu nunca tinha ido à casa de Wuxian , tive que pegar o endereço dele em uma mensagem de texto e digitá-lo no meu sistema de navegação.

Ele morava em um prédio de luxo com porteiro. Assim que lhe disse meu nome, ele me mandou subir, obviamente me esperando. Fiquei pasmo ao pensar nas mudanças em Wuxian , vê-lo morando em um lugar como este e me lembrando do garoto que conheci em 8 de junho, vinte anos atrás.
Mas então, de certa forma, ele também era o mesmo. Ele era o homem que dirigia clínicas gratuitas e trabalhava na Tanzânia só porque gostava de cuidar das pessoas. Ele era o homem que se sentiria confortável morando em uma casa pequena e antiga, desde que estivesse cheia de alguém que ele amasse.