Capítulo 16

49 5 0
                                    


MESES DEPOIS

A vida não poderia estar melhor. Lucero e Fernando continuavam juntos, apaixonados e depois de um tempo, tiveram uma conversa sincera a respeito do relacionamento, onde decidiram lidar com a calma que não houve da primeira vez quando precisaram pular para o casamento antes de se conhecerem bem. Como todos imaginavam, os bastidores do filme se tornou um ambiente ainda mais agradável de ficar, além da concentração e química dos personagens, todos se tornaram uma grande família e se divertiam bastante nos intervalos de cada gravação, inclusive Andrea que já estava em reta final da gravidez, o que deixava a ela e aos avós ansiosos para conhecerem o que ela descobriu ser um menininho. A gestação foi inteiramente saudável, mesmo estando no interior de uma cidade pequena, Lucero fez questão que apenas os melhores médicos acompanhassem sua menina e seu neto. Era cedo da manhã quando a moça se acordou com a boca salivando de vontade de uma torta de morango da padaria vizinha ao hotel, estranhando por já ter passado da fase de desejos na gravidez, o que não foi nenhum problema nos meses que se seguiram, seus pais fizeram de tudo para realizar cada um. Ela percebeu que não conseguiria mais sossegar se não comesse o que tanto queria e se levantou, fazendo suas higienes e se vestindo com uma camiseta branca e um macacão jeans por cima, além de um tênis confortável da mesma cor da roupa que estava por dentro. Seu corpo havia mudado com o tamanho da barriga, por isso ela procurava sempre se vestir bem sem perder o estilo. Como estava apenas esperando a hora de dar à luz, Andrea quase não saía desacompanhada e por isso resolveu chamar a mãe que com certeza nunca rejeitaria um convite da filha.

− Mommy? – Andrea chamou, batendo à porta de leve.

Depois de um tempo, Andrea percebeu que Lucero não estava no quarto e estranhou, já que ela sempre lhe avisava quando ia sair e não se lembrava dela ter lhe contado algo quando se viram na noite anterior, por isso entrou e notou que o cômodo estava realmente vazio, mas acabou encontrando um bilhete com uma caneta em cima na sua mesa de cabeceira, pegando para ler quando viu que a primeira palavra era seu apelido.

"Baby, sei que você me procuraria no quarto antes de me ligar se estiver precisando de algo, por isso estou deixando o recadinho aqui. Eu precisei sair cedo com o Fernando para gravar antes do nascer do sol, ordens de última hora do diretor, e eu não quis te acordar para me acompanhar a essa hora. Não demoro, no mais tardar, ao meio dia estarei de volta para almoçarmos juntas como sempre. Se precisar, liga para o celular do Vicente, você sabe que não fico com o meu enquanto gravo. Beijos, te amo. Sua mommy."

Andrea sorriu com o que Lucero escreveu, mas bufou, se jogando na cama da mãe. Obviamente ela não atrapalharia o trabalho de toda uma equipe para realizar um desejo fora de época, mas também não queria esperar até o meio dia para comer sua sonhada torta e o pior era que nenhum dos seus amigos e nem mesmo Fernando estavam disponíveis para acompanhá-las, já que quem não estava gravando, provavelmente dormia àquelas horas. Ao mesmo tempo, ela pensou que não faria mal algum caminhar até a esquina do hotel, comer o que queria e voltar para casa antes mesmo da mãe chegar. Foi o que ela fez, saindo pelo hotel silencioso e caminhando pela calçada, aproveitando o sol fraco que fazia. Apesar de ser acostumada com a agitação de uma cidade grande, ela havia aprendido a gostar da simplicidade do interior. Quando deu por si, já estava na padaria e entrou, escolhendo uma mesa do canto da janela e fazendo seu pedido que chegou logo e ela achou tão bonito que tirou uma foto para postar nas redes sociais juntamente com a localização como de costume. A moça terminou de comer em tempo recorde, já que desejos só eram saciados se a pessoa comesse rápido, e já pensava em se levantar para pagar a conta quando se assustou ao ver todos se sobressaltarem com a entrada repentina de cinco homens encapuzados que invadiram o lugar.

− Perderam! Passem tudo que vocês têm e ninguém se machuca. – um dos homens falou, apontando uma arma para a frente.

Andrea entrou em pânico, mas tentou pensar com a razão. Ela não conseguiria sair dali, pois dois bandidos bloqueavam a porta enquanto os demais arrastavam todos os pertences dos clientes, funcionários e até mesmo o caixa da padaria, por isso sua única alternativa foi se encolher onde estava e torcer para não ser percebida, mas nesse mesmo minuto, um dos homens a encarou e se aproximou devagar.

Dos ExtrañosOnde histórias criam vida. Descubra agora