Capítulo 18

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Depois que Lucero se acalmou, Fernando a convenceu de ir em casa trocar de roupa e comer alguma coisa, já que o médico havia lhe feito uma nova visita para avisar que demoraria mais algumas horas até ela poder ver Andrea outra vez, pois precisou levá-la para outros exames. Mesmo tendo um bom tempo para descansar, a mulher só fez o que deveria fazer rapidamente e voltou para a janela do berçário, de onde prometeu que só sairia com o neto para ver a mãe dele. Como o namorado havia ficado lá como condição para ela ir ao hotel, bastou ela chegar para ele decidir fazer um lanche no restaurante do hospital mesmo e com isso, a loira passou algum tempo sozinha novamente, pensativa enquanto encarava o neto. Foi quando Daniel se aproximou devagar. Apesar de já ter se passado vários meses morando com Andrea, eles não tiveram nenhum progresso para voltarem a se relacionar, quase nem se viam fora das cenas que ele tinha com Lucero e que ela auxiliava, mas não aguentou de angústia quando soube do acontecido e quis ir saber de notícias pessoalmente, já que pelo menos se dava bem com a mãe da amada.

− Lu. – Daniel chamou suavemente ao ver que Lucero estava distraída.

− Oi, meu filho. O que faz aqui a essa hora? – Lucero perguntou, abraçando Daniel de lado.

Lucero sempre teve muito carinho por Daniel e por isso mesmo com os encontros e desencontros que ele já teve com Andrea, ela procurou manter o vínculo dele ao menos com ela, apesar da distância.

− Me desculpe, eu quis vir mais cedo, mas achei que deveria ser um momento só da família. – Daniel abaixou a cabeça.

− Imagina, você é quase da família.

− Obrigado. – Daniel sorriu de leve. – Tem alguma notícia?

− Ela levou um tiro na costela que poderia ter prejudicado o bebê, mas graças a Deus deu tudo certo, só que ela precisou passar por alguns procedimentos para colocar a costela no lugar certo e agora eu estou esperando para poder vê-la.

− Que bom, pelo menos não parece ter sido nada tão grave. – Daniel falou e Lucero assentiu. – E o bebê?

− Nasceu. – Lucero apontou para a janela do berçário.

− Ah, verdade, por isso você está aqui. – Daniel riu e Lucero assentiu, sorrindo de leve.

Daniel se aproximou do vidro, tentando descobrir qual era o bebê de Andrea, mas obviamente não achou diferença em todos que estavam lá, por isso se virou para perguntar a Lucero.

− É esse da ponta, em frente a você. – Lucero falou antes que Daniel perguntasse.

Daniel encarou o bebê de Andrea que bocejava naquele exato momento. Ele ainda não tinha idade para pensar em ser pai, mas ao ver aquela criança tão linda, quis mais do que nunca poder criá-la ao lado da única mulher que amou em toda a vida.

− Ele é lindo. – Daniel falou encantado.

− Ele é. – Lucero falou sorrindo. – Quero tanto que a Andrea o veja logo. – ela suspirou, virando-se de costas para se apoiar à parede.

− Ela verá, vamos ter confiança. E o pai? Com tudo isso acontecendo, ele já deveria estar aqui, não? – Daniel perguntou sem expressão, ainda olhando para o bebê.

Infelizmente a realidade já havia caído dura para Daniel, não adiantava querer ser o pai daquele bebê se sabia que existia outra pessoa ocupando aquele lugar. Lucero suspirou, com certeza Andrea também havia mentido para o rapaz, afinal era como ela, tinha seu orgulho. A mulher não gostava de interferir na vida da filha, mas não lhe sobrou energia para inventar uma história e já havia a ensinado que ser mãe solo não era vergonha alguma.

− Daniel, eu acho que a Andrea não conseguiu te falar toda a verdade. O pai não vem, ele nem queria essa criança. – Lucero falou, voltando a olhar para o neto.

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