Quando chegaram ao hospital, Lucero não teve muito tempo para falar e nem protestar para acompanhar Andrea na sala dos exames, pois os médicos a empurraram direto para dentro com a promessa de que dariam notícias assim que fosse possível. Sendo assim, só lhe restou aguardar na recepção enquanto abraçava o próprio corpo e implorava a Deus pela vida de Andrea e do seu neto até Fernando, Ernesto e Vicente aparecerem.
− Amor, e aí? Alguma notícia? – Fernando perguntou apressado.
− Ainda não. Eles a levaram para fazer uns exames e me pediram para aguardar aqui. – Lucero suspirou, esfregando as mãos suadas na calça.
− E você está bem? – Fernando se aproximou mais de Lucero.
− Como eu vou estar bem numa situação dessas, Fernando? – Lucero perguntou cansada.
− Eu sei, não foi isso que eu quis dizer, só gostaria de saber o que você está sentindo agora.
− A gente não deve se importar com o que eu sinto, nossos esforços precisam estar concentrados em energias positivas para a Andrea, por favor. Eu vou voltar para as minhas orações, com licença. – Lucero suspirou novamente e abaixou a cabeça para rezar.
Apesar de amar a companhia de Fernando, Lucero precisava mais da sua presença do que de conversar, ela não queria desabar outra vez, pois isso faria parecer que estava aceitando perder Andrea e não enviando todos os seus pensamentos pela recuperação dela. Fernando também suspirou e assentiu, se afastando da amada e indo conversar com Ernesto e Vicente. Ele conhecia Lucero muito bem para saber que ela se fechava diante dos problemas e a única alternativa era dar o seu tempo e estar disponível para quando ela o chamasse. Todos ficaram daquele jeito até o médico aparecer, suado, tirando o óculos e enxugando o rosto.
− Parentes de Andrea Hogaza?
− Eu sou a mãe, doutor. Pode me falar tudo, como estão a minha filha e o meu neto? – Lucero perguntou nervosa, se levantando em um pulo enquanto os outros se aproximavam.
− Bem, nós precisamos fazer um parto de emergência, pois a moça deu entrada com fortes hemorragias e como o tiro foi próximo ao bebê e já estava contando os dias para o nascimento, a bolsa estourou e não pudemos mais esperar nenhum segundo.
− Então o bebê está bem? – Lucero perguntou, unindo as mãos em expectativa.
− Sim, é um menino forte e saudável, só vai precisar passar algumas horas na incubadora, pois a bolsa não estourou naturalmente.
Todos comemoraram de leve, Ernesto e Vicente abraçaram Fernando de lado e deram tapinhas em suas costas enquanto Lucero fechava os olhos para fazer um breve agradecimento a Deus. Para poder curtir o fato de ser avó livremente, só faltava ter certeza de que Andrea se recuperaria bem.
− E a minha filha, como está? – Lucero perguntou ansiosa.
− Realmente sobre ela é um pouco mais complicado. – o doutor suspirou, abaixando a cabeça, e Lucero precisou se sentar novamente para não cair ali mesmo. – A senhorita Andrea sofreu um tiro na costela direita, por muito pouco, não atingiu a criança e justamente por isso ela necessita de cuidados, pois além da lesão da bala que já foi retirada, ela passou por momentos difíceis quando mais precisava de tranquilidade para dar à luz.
− E o que isso significa? Ela vai se recuperar logo? Quando eu poderei vê-la? – Lucero desatou a perguntar, nervosa.
− Acalme-se. No momento, eu acho que podemos dizer que o pior já passou, apesar de termos que esperar as próximas horas para ter certeza e assim que ela puder receber visitas, a senhora será a primeira a ser informada.
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Dos Extraños
RomanceLucero era uma moça de dezessete anos que desde cedo, conseguiu sair do interior onde morava para lutar pelos seus sonhos na cidade grande. Contando com a ajuda da dona da pensão em que vivia, ela viu seu mundo virar de cabeça para baixo quando em s...