Capítulo 19

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MESES DEPOIS

Como o médico havia dito desde o começo, a recuperação de Andrea não foi fácil, pois além do puerpério, ela também se reabilitava após a cirurgia da costela e nem sempre ela conseguia não se movimentar tanto tendo um filho pequeno para cuidar, mesmo contando com uma grande rede de apoio, principalmente Lucero que se virava em mil para terminar seu trabalho e auxiliar a filha e o neto. Quando o nome de Danielzinho foi revelado, causou surpresa nas pessoas que conheciam o passado romântico por trás do casal, mas todos, incluindo Daniel, eram tão apegados ao menino que realmente havia se tornado algo normal para eles. Apesar de conviver um pouco com o bebê, o rapaz não podia dizer o mesmo da mãe dele, já que nenhum tinha coragem de assumir os seus verdadeiros sentimentos. Era noite de festa na cidade, assim como em toda cidade de interior, a época dos parques de diversão na praça era um evento e pelo que a moça sabia, quase todos do elenco foram prestigiá-la, menos ela que precisava olhar o filho e na verdade, nem via mais tanta graça em festas como antes. Ainda que contasse com o apoio da mãe e de uma babá quando quisesse, ela preferia estar presente na vida do filho como Lucero sempre esteve na dela e decidiu contratar outra pessoa só para quando voltasse a trabalhar em alguns projetos que estavam para serem fechados após a sua licença. A moça planejava se deitar um pouco para ler um livro depois de colocar o bebê para dormir quando sua mãe entrou no quarto devagar.

− Filha, ele já dormiu? – Lucero sorriu ao observar Danielzinho no berço.

− Agorinha. – Andrea suspirou. – E você, o que faz aqui? Não era para estar na festa com o papai? – ela correspondeu ao abraço de Lucero que se abaixou para cumprimentá-la.

− Ah, nós demos algumas voltas, ele ficou lá, mas eu não vejo graça em deixar você sozinha em casa. – Lucero fez bico, se deitando ao lado de Andrea.

− Que besteira, mommy, você tem que se divertir. – Andrea sorriu, negando com a cabeça.

− Pois eu que deveria estar dizendo isso a você. Não é quando a mulher se torna mãe que a vida acaba. – Lucero falou como se fosse óbvio.

− Eu sei, mas eu ando tão cansada. – Andrea suspirou, tirando o robe e se ajeitando ao lado de Lucero.

− Filha, esse cansaço nunca vai passar, a gente não deixa de se preocupar com um filho nem depois da morte, só temos que saber dosar isso para a exaustão também não tomar de conta e é fundamental que uma mãe como você, que tem uma rede de apoio, possa pensar em si mesma.

− Você nunca se queixou de cuidar de mim quando eu era criança.

− Lógico que não, você sempre foi a minha prioridade em tudo e ainda assim eu conseguia me divertir sozinha algumas vezes porque você ficava com uma pessoa de confiança. Alguma vez isso me tornou menos digna de ser sua mãe? – Lucero ergueu a sobrancelha.

− Claro que não, você é a melhor desse mundo. – Andrea falou rápido, fazendo Lucero sorrir.

− Então você pode ser também mesmo indo a uma festa e me deixando cuidar do meu neto. – Lucero continuou sorrindo. – Não perca mais tempo, tem todas as comidas que você gosta e os nossos amigos não param de perguntar por você.

Andrea sorriu e encarou Danielzinho adormecido no berço. Lucero tinha razão, não existia nenhuma pessoa melhor para olhar seu filho do que ela e talvez sua exaustão também tivesse a ver com o lado mental de se cobrar tanto em ser uma boa mãe até chegar ao seu limite.

− Você tem razão, mommy, eu vou lá rapidinho. – Andrea beijou o rosto de Lucero e se levantou animada.

− Isso! – Lucero comemorou, fazendo Andrea rir.

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