E aqui estava eu, a pequena e frágil Alice chorando ao lado do caixão de minha mãe falecida. Seus olhos fechados para sempre, sua expressão serena e tranquila, como se estivesse apenas dormindo. Mas eu sabia que ela não acordaria mais, que nunca mais ouviria minha voz chamando por ela, nunca mais sentiria seu abraço caloroso e reconfortante.
O funeral estava cheio de pessoas que prestavam suas homenagens a minha mãe, dizendo palavras de conforto e compartilhando lembranças de momentos felizes que passaram ao seu lado. Mas para mim, tudo parecia distante, irrelevante. Meu coração estava dilacerado pela dor da perda, pelo vazio que ela deixou em minha vida.
Eu era pequena, não sabia de nada além de que eu nunca mais veria minha mãe. Aquilo doeu, tanto em mim quanto em meu pai, que chorava ao lado do caixão.
— Ela vai voltar? — eu murmurei em meio aos soluços, abraçando as pernas de meu pai. — papai, eu quero a mamãe.
Ele segurou ainda mais o choro, e por mais que ele seja um homem forte, aquela hora ele mostrava apenas vulnerabilidade.
— Não se preocupe, princesa. Sua mãe está em um lugar melhor. — ele me pegou no colo, limpando suas próprias lágrimas enquanto olhava para minha mãe falecida no caixão.
Ela foi enterrada, e junto com ela se foi a esperança de meu pai. Eles se amavam, mas aquilo acabou quando Lord Voldemort a matou. Como pode as coisas serem tão cruéis?
Seu nome estava escrito ao lado de sua data de nascimento, de falecimento e de uma frase bíblica. Trinta anos.
"Aurora blackwood, vinte de agosto de 1955 a dez de Janeiro de 1985"
Meu pai se mantinha ao lado do tumulo de minha mãe, murmurando para ela voltar para ele. Aquilo era triste de ver, e mesmo com apenas 5 anos de idade eu pensava em fazer algo para o acalmar.
— Volte para mim... — ele murmurava, soluçando enquanto fechava os olhos — meu amor, volte...
eu cheguei perto dele, e mesmo triste tentei o consolar. — papai. — eu o chamei, colocando a mão nas costas dele. — o senhor disse que ela está em um lugar melhor.
ele começou a chorar mais, me abraçando e se levantando comigo em seus braços. — minha pequena... — ele soluçava, afundando o rosto em meu ombro para eu não o ver chorando. — sim, ela está em um lugar melhor.
Horas depois fomos embora, sabendo que nossas vidas nunca seriam a mesma sem ela. A mulher que me criou, me amou e me ajudou nos momentos mais difíceis agora estava morta, por um homem cruel que pensa apenas em si mesmo, querendo o poder absoluto. Lord Voldemort.
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Nobody's son, nobody's daughter - Theodore Nott.
Fanfiction"O amor foi inventado por um garoto que estava com os olhos fechados. Por isso, todos os apaixonados Somos cegos." Anônimo.