capitulo 27

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Todas as noites eu chorava soluçava sem parar, e mesmo com Pansy tentando me consolar, a dor em meu peito não parava. pensar que Theo estava tendo que passar por tudo aquilo, me fazia se sentir a pior pessoa do mundo.  Eu queria poder fazer algo para o ajudar, mas eu sabia que no fim, eu terminaria igual a ele.

Mesmo querendo estar sempre perto dele, ele me mantinha afastada, dizendo que aquilo era melhor para nós dois. Cedrico ficava comigo o tempo todo, e eu confesso, eu odiava aquilo. Theodore, por outro lado, parecia não ligar mais, ao ponto de pegar outras garotas no corredor e até mesmo na minha frente.

Hoje não foi diferente. Eu estava andando pelos corredores, quando avistei Theodore beijando Daphne como se fosse a ultima vez que ele estaria lá. o ciumes subiu por meu corpo todo, mas é claro, eu me segurei para não ir lá e os separar. 

Assim que eu estava passando por eles, pude sentir o olhar de Theodore cair por mim. Eu devolvi o olhar com uma expressão de nojo, e assim que desci o olhar para a sua mão, pude ver ela apertando a bunda de Daphne. a mão que estava com a pulseira que eu lhe dei, estava apertando a bunda da garota que eu invejava. 

— Ei, Alice! — Uma voz familiar me chamou, me fazendo se virar para a mesma. Era cedrico, que se aproximava de mim com um sorriso.

Antes que ele pudesse se aproximar totalmente de mim, uma mão grossa me puxou pelo braço, me levando para um canto vazio. Foi Theodore, que me prendeu contra a parede, sua mão parando em minha cintura.

— que parte você não entendeu que eu não gosto daquele babaca do Diggory? —  ele perguntou irritado enquanto seus dedos trilhavam um caminho até a barra de minha saia.

— você não pode fazer nada! — eu disse, tirando sua mão de mim, que voltou abruptamente para a minha cintura.

— você duvida? — Theo perguntou em sussurros em meu ouvido. — eu posso mata-lo... 

— você é maluco! — eu afirmei, tentando me soltar novamente dele. — você não pode pensar assim!

Theodore me olhou intensamente, seus olhos cheios de raiva e tristeza. Sua expressão era tão intensa que eu podia sentir meu coração batendo descompassado.

— eu faria qualque coisa por você, Alice. Qualquer coisa para te proteger, para te manter segura. — ele murmurou, sua voz carregada de emoções. — eu não suporto ver você com ele.

As palavras dele me atingiram fundo, mexendo comigo de uma maneira de que eu não sabia explicar. Por mais que eu estivesse magoada com ele, eu sabia que ele estava falando sério.

— Theo... Eu não quero que você se machuque por minha causa. — eu disse, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escapar.

Ele me olhou por um momento, e eu pude ver seus olhos enchendo de lágrimas também. Então, lentamente, ele soltou sua mão de minha cintura e deu um passo para trás.

— que se foda tudo! — ele disse irritado, saindo dali em seguida. Ele empurrava cada pessoa que entrasse na frente dele, não se importando quem era.

Eu parei por um momento, tentando controlar a torrente de emoções que me invadia. A raiva e a tristeza se misturavam dentro de mim, enquanto eu observava Theodore se afastar com passos rápidos e pesados.

— Theo, espere! — gritei, correndo atrás dele e alcançando seu braço antes que ele desaparecesse na multidão. — Não podemos continuar assim.

Ele se virou para mim, seus olhos vermelhos e inchados, evidências de suas próprias lutas internas.

— O que você quer que eu faça, Alice? — sua voz tremia de frustração. — Eu te amo, mas não suporto a ideia de te ver com ele.

As palavras dele cortaram como facas, atingindo diretamente meu coração. Eu sabia que também estava com ciúmes, mas não podia deixar isso nos consumir.

— Eu também te amo, Theo. Mas isso não justifica machucar os outros ou a nós mesmos. — Eu segurei suas mãos com firmeza, buscando algum conforto naquele momento turbulento. — Precisamos encontrar uma maneira de lidar com isso juntos, sem ferir ninguém.

Uma mistura de emoções passou pelo rosto de Theodore, seus olhos buscando os meus em busca de alguma resposta. Finalmente, ele suspirou, uma expressão de resignação se formando em seu rosto.

— Você está certa, Alice. Eu não posso continuar agindo assim. — Ele me abraçou com força, como se estivesse se segurando em mim para se manter firme. — Vamos resolver isso juntos, ok?

Eu assenti, sentindo um peso sair dos meus ombros. Sabia que as coisas não seriam fáceis, mas pelo menos agora tínhamos um ao outro para enfrentar os desafios que estavam por vir.

Nobody's son, nobody's daughter - Theodore Nott.Onde histórias criam vida. Descubra agora