capítulo 13

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— você tem que parar de ser assim, Alice. — pansy tentava me consolar. Eu apenas suspirava a cada fraze que ela falava, olhando para o chão em silêncio.

Eu e Theo havíamos brigado por conta de seu comportamento ciumento. Eu tentei manter uma conversa civilizada, mas acabou que ambos ficamos irritados no final. Eu achava que um mês era o bastante para conhecer uma pessoa, mas vi que estava totalmente enganada. Para mim, ele ainda era um estranho.

— você deveria ir falar com ele. — ela voltou a falar, me tirando do transe. Eu apenas neguei com a cabeça, como nas últimas vezes.

Eu era sim orgulhosa, e eu odiava isso em mim. Eu negava para todos que gostava dele, mas no fundo, eu me sentia segura ao saber que ele estava ao meu lado.

Uma batida na porta ecoou pelo quarto, e então pansy se levantou para atender. Eu a segui com o olhar, e quando ela abriu a porta, Theo estava lá. Automaticamente eu me levantei, caminhando até a porta com rapidez. eu queria mais que tudo que nossos olhares se encontrassem.

— Oi, Alice. — a voz grossa dele chegou em meu ouvido, fazendo meu coração acelerar.

— Oi. — eu balbuciei, e então pansy saiu da porta para me dar passagem. Eu dei alguns passos para frente, ficando de frente para ele.

— Precisamos conversar. — Theo parecia tenso, seu olhar buscando o meu diante toda tensão.

Eu senti um nó na garganta ao escutar as palavras dele, mas sabia que ele tinha razão. Eu assenti com a cabeça, indicando que poderíamos conversar. Pansy saiu e Theo entrou, fechando a porta atrás de si, enquanto eu me mantinha em silêncio, esperando que ele começasse.

— Sei que as coisas estão confusas entre nós, mas precisamos resolver isso de uma vez por todas. — Theo disse, mantendo um tom Brasil, mas com uma ponta de preocupação em sua voz. — eu quero concertar tudo, parar de ser tão ciumento.

— ciumento? Ciumento por uma coisa que nem temos? — eu me atrevi a dizer, e pude ver seu olhar ficando sério.

— eu não preciso de títulos para dizer que você é minha. — ele disse, se aproximando mais.

— a verdade é que não funciona assim. — eu desviei o olhar, me sentando na beira da cama. — você não tem ideia do que está falando. Não podemos se relacionar.

— e por que não? — ele perguntou, me deixando tensa. Claramente eu não poderia me relacionar com ninguém até meus 18 anos. quem iria ficar com uma comensal da morte?

— você não entenderia. — eu murmurei, olhando para ele de soslaio. — não podemos se relacionar.

— mas eu quero pelo menos concertar as coisas, porra! É pedir muito que você me escute? — seu olhar se suavizou, e então eu suspirei.

Eu o olhei com desconfiança, mas permaneci em silêncio, apenas lembrando de todas as vezes que nossos caminhos se cruzaram como inimigos, digamos. Mas havia algo diferente nele aquele momento, algo que me fez querer ouvir o que ele tinha para falar.

Ele caminhou até mim, colocando sua mão em meu rosto. — Alice, a verdade é que eu te amo. — ele sussurou, olhando em meus olhos.

Eu fiquei ainda mais tensa, sem saber o que fazer e até mesmo o que falar. Eu apenas respirei fundo e falei a primeira coisa que veio em minha mente.

— Theo, eu... Eu estou confusa. — eu gaguejei, tentando não mostrar minha vulnerabilidade. — eu... não sei se gosto de você.

Ele permaneceu em silêncio, seu olhar de decepção e frustação fixos nos meus. Sua mão caiu de meu rosto, indo parar dentro de seus bolsos.

— tá, eu não ligo. Mas saiba que eu vou fazer de tudo para te conquistar. — ele me olhou de novo, se aproximando de meu ouvido e sussurando. — de tudo mesmo...

Eu fiquei parada no mesmo lugar, apenas olhando para o chao. Eu podia sentir meus olhos se enchendo de lágrimas, mas eu não queria mostrar minha vulnerabilidade, ainda mais para ele.

— se cuida, tá?. — ele murmurou antes de sair de meu dormitório, me deixando ali com meus pensamentos conflitantes.

Eu permaneci ali, olhando para o chão enquanto tentava não chorar. Minha mente estava em conflito, e eu estava percebendo que estava mentindo tanto para ele quanto para mim mesma. Eu ainda me pergunto, eu o amo?

Nobody's son, nobody's daughter - Theodore Nott.Onde histórias criam vida. Descubra agora