capítulo 4

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Ouvir o nome de Theodore me dava dor de cabeça. E, sinceramente, eu queria morrer quando escutava alguém falar dele.

Maldito seja aquele que colocou Theodore nott no mundo.

Duas semanas, literalmente duas semanas com theodore nott e seu grupinho me provocando. Sério, eu estava o odiando aquela hora.

Sentada em uma das mesas da detenção por dar um soco em Theodore, eu pensava sobre minhas ações, e percebia que eu realmente agi por impulso.

— você é corajosa. — a voz dele ecoou pela sala quase vazia, me assustando.

Eu me virei para onde ele estava, o vendo com o rosto machucado. Confesso que fiquei com orgulho de mim mesma.

— não enche, nott. Você pediu por isso. — eu suspirei, me arrumando na cadeira.

Eu podia ouvir os passos dele se aproximando por trás, até que eu senti sua respiração bater em meu pescoço.

— eu quero que vá comigo para o baile de inverno. — ele sussurrou em meu ouvido, fazendo minha pele se arrepiar. Ele me deixava assim com seu sotaque italiano, e eu odiava aquilo.

Eu fiquei perplexa com o pedido dele. Depois de semanas de provocações e brincadeiras, ele me convida para o baile de inverno? Ah, Merlin, não poderia ser verdade.

— você está brincando comigo, certo? —, eu perguntei, sem conseguir esconder minha surpresa e desconfiança.

Theodore se afastou um pouco, permitindo-me encara-lo. Eu o olhei nos olhos, que mostravam um misto de sinceridade e sarcasmo.

— não, Alice. Eu não estou brincando nem um pouquinho. — ele sorriu de canto, falando com uma voz determinada.

Eu fiquei em silêncio por um momento, apenas o olhando com desconfiança. Era difícil segurar as borboletas que apareciam em meu estômago.

Mas que merda, Alice!

por que? — finamente perguntei, tentando entender se ele falava a verdade ou não.

Ele soltou uma risada sarcástica, colocando as mãos no bolso de sua calça. — por que, querida, eu quero mostrar a todos que você me pertence. — ele diz em uma voz determinada, em seguida saindo da sala de detenção.

Eu fiquei parada ali, olhando para a porta de onde o mesmo saiu. As palavras dele, todas elas, ecoavam por minha mente conflitante. 

Respirando fundo para acalmar meus pensamentos, percebi que estava diante uma decisão importante. A proposta de Theodore era muito intrigante, mas ao mesmo tempo assustadora. Seria um pedido genuíno ou uma jogada de poder? Eu me levantei da cadeira da detenção e sai da sala, decidida a deixar que suas palavras não abalassem minha confiança.

Enquanto eu caminhava pelos corredores da escola, pensava comigo mesma de todas as brincadeirinha e provocações que Theodore e seu grupo fizeram para mim. Os olhares de superioridade, tudo parecia apenas parte de um jogo de poder no qual eu não queria participar. Mas, por outro lado, havia algo diferente em seu olhar naquele momento na sala da detenção, algo que me parecia sincero.

Cheguei ao meu dormitório, encontrando pansy jogada em sua cama. Eu me joguei em minha cama, olhando para o teto enquanto ponderava das palavras de Theodore. Eu estava decidida, eu não iria aceitar.

— o que houve? — pansy finalmente quebrou o gelo, se sentando na beira de sua cama.

— é o Theo, ele me chamou para o baile de inverno. — eu suspirei, virando meu rosto para olhar para a mesma.

— Merlin! É verdade? — ela sorriu animada, se aproximando de mim.

— sim, mas... eu não vou aceitar. — eu me sentei na beira da cama, colocando uma mecha de meus cabelos atrás da orelha.

— E por que não? Eu acho que você deveria.

— É que... depois de tudo que ele fez, eu não acho que ele merece uma segunda chance. — eu suspirei, olhando para o chão pensativa.

Ela colocou a mão em meu ombro, me dando apoio silencioso. — faça o que achar melhor, mas lembre que eu vou sempre estar aqui para você. Não importa o que aconteça.

Eu agradeci silenciosamente por sua amizade, enquanto minha mente continuava com os pensamentos conflitantes de Theodore e seu pedido inesperado. Talvez ele merecesse o benefício da dúvida, ou talvez eu estivesse apenas me enganando.

Eu estava confusa, totalmente confusa. Eu ainda parecia presa em suas palavras de antes, em sua voz e em seu olhar. "Você me pertence." Era o que ecoava por minha cabeça. Ele estava maluco? Talvez tivesse usado droga? Que merda estava acontecendo, afinal?

Nobody's son, nobody's daughter - Theodore Nott.Onde histórias criam vida. Descubra agora