capitulo 15

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Faltavam poucos dias para o baile, e eu e Theo nem se falando estávamos. Cedrico estava sempre comigo, me dando chocolates e flores todos os dias. Eu admito que aquele tanto de afeto me enjoava.

Theo não se desgrudou de daphne greengrass, e ver aquilo me dava raiva. Eu estava com ciúmes?

Toda vez que eu passava por ele, ele me olhava de cima a baixo com um olhar de cachorrinho, que suplicava por meu carinho. Eu tentava não ligar, mas o olhar dele parecia um ima, que tentava me puxar para perto todas as vezes que eu o olhava.

Eu estava com pansy e cedrico no Jardim da escola, quando Theo entrou com daphne. Ela estava de mãos dadas com ele, e aquilo fez meu sangue ferver. "Era eu que deveria estar no lugar dela!" Eu pensava comigo mesma. Mas por que eu me sentia assim? Não éramos nada.

Cedrico passou o braço por meu ombro, e eu me senti meio desconfortável com aquilo. — você está bem? — ele perguntou em sussuros perto de meu ouvido. Eu apenas concordei com a cabeça, enquanto meu olhar ficava fixo em Theodore.

Eu não percebi de primeira, mas seu olhar estavam fixos nos meus também. Ver sua íris azul olhando para mim era o que eu queria aquele momento, mas sem daphne ao seu lado.

Eles se aproximaram, e então eu pude ver a troca de olhares desafiadora de cedrico e Theo.

Theo pigarreiou, soltando a mão de daphne. — Alice. — ele me chamou, fazendo meu coração acelerar. Eu o olhei com curiosidade, esperando ele terminar de falar. — está tudo pronta pra gente ir para o baile? — ele perguntou, e então eu assenti com a cabeça.

Ele se aproximou mais, segurando meu rosto entre as mãos. — eu te amo. — ele disse, em seguida me dando um beijo suave no rosto. Eu pude ver cedrico me olhar confuso, assim como daphne e pansy.

Theodore se afastou e sorriu de canto, passando o braço em volta do ombro de daphne e em seguida saindo dali com ela.

— você me disse que vocês não namoravam. — cedrico disse com uma voz confusa e meio irritada, fazendo meu corpo ficar tenso.

— mas eles não namoram. — pansy disse, olhando diretamente para mim. Eu engoli seco, olhando para o chao.

— pansy tem razão. Não temos nada. — eu murmurei, sentindo meu coração apertar ao ter que falar aquelas palavras.

Cedrico se aproximou mais, beijando minha bochecha. — eu gosto muito de você, Alice. — ele sussurou, fazendo meu coração apertar ainda mais.

Não era para aquilo estar acontecendo, não mesmo.

Eu disfarcei com um sorriso, dando um beijo suave na bochecha dele também. Eu pude sentir um olhar queimando sobre mim, e eu já sabia de quem era. Theo estava parado na entrada do Jardim, mas desta vez sem daphne.

Eu olhei para ele, e então ele fez um gesto para eu ir até ele. Eu tentei resistir, mas a curiosidade era mais grande do que tudo. Eu me levantei, e sem falar nada fui até ele.

Theo estava encostado contra a parede, com um olhar intenso que me deixou sem fôlego. Quando cheguei perto o suficiente, ele segurou delicadamente meu rosto, seus olhos buscando os meus com uma intensidade que fazia meu coração acelerar.

— O que foi aquilo lá atrás? — Ele perguntou, sua voz baixa e carregada de emoção.

Eu engoli em seco, sentindo-me vulnerável sob seu olhar penetrante.

— Nada, Theo. Apenas... uma situação complicada.

Ele suspirou, seus dedos acariciando suavemente minha bochecha. — Eu sei que não deveria me importar, Alice, mas ver você nos braços daquele idiota... dói.

Senti um nó se formar em minha garganta. — Eu sei, Theo. Mas é complicado... nós... somos... Não somos nada.

Seu olhar se suavizou, mas a intensidade não diminuiu. — Eu sei que nao somos nada, mas não posso evitar sentir o que sinto por você. — ele suspirou, acariciando novamente minha bochecha.

Eu queria poder resistir, manter minha guarda levantada contra ele, mas naquele momento, tudo o que eu conseguia fazer era me entregar ao desejo queimando dentro de mim.

— Eu também, Theo. Eu também. — eu murmurei, olhando nos olhos dele.

Ele se aproximou ainda mais, seus lábios quase roçando nos meus enquanto o mundo ao nosso redor parecia desaparecer. Uma corrente elétrica percorreu meu corpo quando finalmente nos beijamos, uma mistura explosiva de paixão e desafio.

Mas então, um pensamento inconveniente penetrou na minha mente: Cedrico. Eu me afastei abruptamente, lutando contra as emoções conflitantes dentro de mim.

— Theo, eu... Eu não posso fazer isso. — Minha voz tremia, uma mistura de desejo e angústia.

Ele segurou meu rosto entre as mãos, olhando profundamente nos meus olhos. — Eu sei que é complicado, Alice. Mas podemos enfrentar isso juntos. — ele me olhou com um misto de tristeza e súplica.

Um turbilhão de sentimentos me inundou, a batalha entre o que era certo e o que eu desejava com toda a minha alma. Eu queria ceder, me entregar ao amor proibido que sentíamos, mas algo dentro de mim resistia.

— Eu... eu preciso de um tempo para pensar. — Minhas palavras saíram em um sussurro frágil.

Ele pareceu entender, embora a decepção brilhasse em seus olhos. — Tudo bem. Mas lembre-se, Alice, eu estarei aqui, esperando por você. — ele soltou meu rosto, colocando as mãos no bolso de sua calça.

Com um último olhar cheio de intensidade, ele se afastou, deixando-me sozinha com meus pensamentos tumultuados. Eu sabia que teria que enfrentar uma escolha difícil, uma escolha entre o amor e o dever, entre Cedrico e Theo. E não importava o que eu decidisse, alguém sairia machucado.

Nobody's son, nobody's daughter - Theodore Nott.Onde histórias criam vida. Descubra agora