capitulo 7

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O baile estava chegando, e com ele, minha ansiedade aumentava. Eu não sabia com que roupa ir, com que penteado, com que sapato ou qualquer coisa assim. Pansy tentava me ajudar, mas nem ela sabia o que escolher.

Nós duas estávamos andando pelos corredores cheios da escola, conversando novamente sobre o baile. Nós fomos paradas por um garoto, que parecia hesitante em falar com nós duas.

— será que você... será que você quer... — ele olhava para mim, gaguejando sem parar.

Eu estava esperando ele terminar de falar, mas logo um sotaque italiano chegou em nossos ouvidos, fazendo o garoto gelar.

— vaza. — Theodore olhou para o garoto com seu olhar gélido, passando um braço em volta de meus ombros. — você tá surdo ou o que? Eu disse pra você vazar! — Theodore deu um passo a frente, e logo o garoto saiu correndo dali.

Theodore tinha um sorriso sarcástico no rosto, mas seu olhar sério continuou o mesmo.

— qual é o seu problema?! — franzi o cenho, olhando para Theodore.

Ele se virou para mim, e logo o sorriso em seu rosto sumiu. Ele se aproximou, me agarrando pela cintura e colando meu corpo com o dele.

Eu fiquei parada no mesmo lugar, sentindo meu coração acelerar cada vez mais. Ele chegou perto, sussurando em meu ouvido:

— eu só estou cuidando do que é meu, principessa. — sua voz grossa e suave ecoou por meu ouvido, me fazendo arrepiar. — você sabe que me pertence. — ele sussurou de novo, apertando suas mãos em volta de minha cintura.

A sensação de suas mãos firmes em minha cintura enviou um arrepio pela minha espinha, e eu me vi completamente envolvida por sua presença dominante. Theodore sempre tinha esse efeito sobre mim, uma mistura intoxicante de perigo e desejo. Mesmo quando eu tentava resistir, era como se uma força magnética nos puxasse um para o outro.

Eu engoli em seco, tentando manter minha compostura diante da intensidade de suas palavras e de seu toque. Por mais que parte de mim quisesse desafiar sua afirmação de posse, outra parte se derretia sob seu domínio, ansiosa para ceder às suas vontades. Era um jogo perigoso que sempre me deixava vulnerável à sua vontade, uma dança perigosa entre a razão e a paixão.

Eu sabia que não podia, eu tinha que resistir, apesar de suas palavras me tentarem. Eu tinha que resistir.

Em um impulso, eu o empurrei para longe o olhando com raiva nos olhos. — não me chame de sua! — eu apontei o dedo para ele, enquanto ele me olhava com um olhar confuso e frustrado.

Ele deu um passo para trás, arrumando sua gravata e saindo dali. Antes que ele pudesse sair dali totalmente, ele se virou para mim, me olhando com um olhar de desaprovação.

Eu permaneci aonde estava, com o coração martelando no peito. Enquanto ele se afastava, deu olhar de desaprovação ecoava por minha mente. Será que eu fiz a coisa certa ao desafia-lo? A única coisa que eu senti, foi uma lágrima escorrendo de meus olhos. Eu tentei parar, mas continuava a escorrer lágrimas por meus olhos.

Pansy me abraçou por trás, e eu logo me virei para a abraçar também. Afundando meu rosto em seu ombro, ela tentou me confortar.

Pansy segurou-me com firmeza, transmitindo seu apoio silencioso enquanto eu tentava conter as lágrimas. Sua presença era reconfortante, e lentamente comecei a me acalmar. Entre soluços, consegui articular um agradecimento silencioso, apreciando sua compreensão sem palavras. A confusão e a raiva ainda fervilhavam dentro de mim, mas o calor do abraço de Pansy começou a dissipar a intensidade das minhas emoções.

•••

Depois daquele acontecimento, eu fiquei trancada em meu dormitório junto de pansy, que me confortava sempre.

Eu estava me sentindo triste, como se eu tivesse feito algo errado. E eu fiz. Eu não sei o por que estava me sentindo assim, já que eu não gostava dele.

Apesar de saber que não tinha sentimentos por ele, uma sensação de culpa persistia em meu peito. Talvez fosse a maneira como tudo aconteceu, ou o olhar de desaprovação que ecoava em minha mente. Pansy permanecia ao meu lado, oferecendo conforto e apoio incondicional enquanto eu lutava para entender minhas próprias emoções. A cada dia, sua presença se tornava mais reconfortante, e eu me agarrava a ela como uma âncora em meio à tempestade emocional que eu enfrentava. Juntas, encontramos forças para seguir em frente, confiantes de que, mesmo nas horas mais sombrias, não estávamos sozinhas.

Nobody's son, nobody's daughter - Theodore Nott.Onde histórias criam vida. Descubra agora