Theodore nott
A casa estava em total silêncio, apenas com o barulho da lareira ecoando pela sala escura. Meu pai estava conversando com o famoso lorde das trevas em seu escritório.
Logo, eu iria me juntar a ele e seus seguidores. Eu não queria aquilo, mas era o que eu tinha que fazer. Minha família esperava isso de mim, e eu não podia os descepciona-los.
Alice me mataria se soubesse disso, e eu não queria desapontar o amor da minha vida. Ela era uma menina meiga, que não merece estar neste mundo cruel cheio de pessoas más. Ela merece o paraíso.
Eu estava perdido em meus pensamentos, perdido em minhas imaginações com Alice, até ser tirado do transe por meu pai, que me olhava com seu olhar frio e rígido.
— chegou a hora, meu filho. — ele disse, sua voz grossa ecoando pela sala.
Eu engoli seco e me levantei, o seguindo até seu escritório. Assim que entrei, o semblante assustador de Voldemort se virou em minha direção. Seu olhar frio e cheio de crueldade encontrando os meus olhos hesitantes e nervosos.
Enquanto o Lorde das Trevas fixava seu olhar penetrante em mim, senti um arrepio percorrer minha espinha, como se sua mera presença sugasse a esperança do ambiente. Engoli em seco novamente, lutando para manter a compostura diante daqueles olhos cruéis.
Quando a Marca Negra foi aplicada em minha pele, uma dor excruciante se espalhou pelo meu corpo, como se cada célula estivesse sendo queimada por uma chama invisível. Fechei os olhos com força, tentando abafar um grito de dor e desespero, mas era inútil.
Ao sentir a marca finalmente gravada em mim, uma sensação de profunda resignação e desolação me envolveu. Eu estava agora irrevogavelmente ligado a uma causa que desprezava, preso em um destino sombrio que parecia não ter saída. Era como se uma parte da minha alma tivesse sido arrancada, deixando apenas um vazio frio e sombrio em seu lugar.
Ao abrir os olhos, vi o sorriso satisfeito de meu pai e o olhar de aprovação de Voldemort. O ar ainda parecia pesado, impregnado com a aura sombria que emanava daquele lugar.
Enquanto minha pele pulsava com a dor da Marca Negra recém-impressa, uma sensação de desesperança e desamparo tomou conta de mim. Eu me sentia como uma marionete nas mãos de forças além do meu controle, incapaz de resistir ao destino que havia sido traçado para mim.
Olhei ao redor do escritório, vendo os seguidores do Lorde das Trevas com expressões de lealdade fanática. Não havia escapatória ali. Eu estava mergulhado em um mundo de trevas e crueldade, obrigado a seguir um caminho que ia contra tudo o que eu acreditava e amava.
No fundo do meu coração, uma voz sussurrava a esperança de que um dia eu pudesse encontrar uma maneira de escapar desse pesadelo, de encontrar redenção e reconciliação comigo mesmo e com aqueles que amava. Mas naquele momento, eu estava preso em um abismo de escuridão, lutando para manter uma pequena luz de esperança acesa dentro de mim.
Alice era a única que eu pensava naquele momento, e a única que eu desejava estar ao lado. Eu precisava dela agora, mais do que tudo nesse mundo.
•••
— eu sou um deles agora. — eu confessei para mattheo, desviando o olhar para o chao.
— você o que?! — mattheo perguntou em sussurros incrédulos enquanto olhava para mim.
— quer dar uma olhada? — eu levantei a manga de minha blusa, mostrando a famosa marca negra plantada em meu braço.
— você é maluco! — ele disse, olhando para a marca. — Alice te mataria...
Eu suspirei, antes de poder falar algo, a voz doce de Alice ecoou pelo local. — eu o que? — ela perguntou sorrindo enquanto se aproximava. Em um movimento rápido, eu abaixei minha manga antes que ela pudesse ver a horrorosa marca em meu braço.
— eu estava te procurando. — Alice me abraçou, dando um beijo em minha bochecha. Eu nunca tinha visto ela assim, mas com certeza queria que ela fosse assim para sempre.
Eu a abracei de volta, dando um beijo em sua testa. — eu estou aqui agora. — eu sussurrei suavemente, a abraçando mais forte.
Ficamos assim por alguns minutos, sem perceber que mattheo já não estava mais lá. Alice se afastou um pouco, tirando de seu bolso uma caixinha embrulhada.
— isso é pra você... — ela desviou o olhar timidamente, me entregando a caixinha.
Eu sorri e peguei-a na mão, abrindo-a cuidadosamente. Lá dentro, havia uma pequena pulseira escrita com o nome de Alice gravado nela.
—
Alice... — murmurei, olhando para a pulseira com admiração.
Ela sorriu nervosamente, mexendo em seu pulso e revelando uma pulseira idêntica com meu nome gravado nela.
— Eu queria que tivéssemos algo para lembrar um do outro, onde quer que estejamos... — ela explicou suavemente, seu olhar encontrando o meu.
Meu coração se encheu de calor ao perceber o quanto ela se importava. Peguei a pulseira e a coloquei em meu pulso, sentindo-me conectado a ela de uma maneira especial.
— Eu amo isso... e eu amo você. — eu disse, segurando sua mão com ternura.
Alice sorriu, seus olhos brilhando de felicidade. E ali, naquele momento, sabíamos que não importava o que viesse pela frente, estaríamos juntos, enfrentando tudo lado a lado.
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Nobody's son, nobody's daughter - Theodore Nott.
Fanfiction"O amor foi inventado por um garoto que estava com os olhos fechados. Por isso, todos os apaixonados Somos cegos." Anônimo.