Capítulo 16

457 38 8
                                    

Quando a noite cai, Melinda põe-se a arrumar. Toma um banho quente e mais demorado que o normal. Passa a esponja por seu corpo sem pressa, ensaboando-se por inteira para se enxaguar em seguida. Lava o cabelo pois terá tempo suficiente para secá-lo, e deixa a suíte, escolhendo uma das lingeries de renda em seu armário. Vestirá preto da cabeça aos pés, e a imagem a agrada quando está dentro do vestido e sobre os saltos altos. Melinda movimenta-se, sentindo-se confortável enquanto repara na imagem frente ao espelho de corpo todo.

A porta se abre, surpreendendo-a, e ela leva as mãos até o peito devido ao susto. Laura e Maria adentram o quarto, trancando a porta atrás de si, tendo em mãos uma maleta qual Melinda julga ser para maquiagem. Param frente a ela, e a observa por alguns segundos, surpreendidas.

— Passo um para o ataque do coração em Celine Jagger concluí. — Laura concluí ao vê-la vestida.

— Passo dois para o ataque do coração em Celine Jagger prestes a ser concluído. — Maria balança a maleta em direção a Melinda. — Posso?

— Claro.

— Hidratou a pele como eu pedi?

— Sim.

Melinda se senta na cama, Maria põe-se a sua frente e aplica o primer na pele da amiga. Uma vez que tem certeza que todo rosto está coberto e protegido pela leve camada, ela aplica um pouco de base, levando o pincel macio até a pele e esparramando sem pressa a base por toda a face, logo, aplicando o corretivo.

— Já escolheu a cor do batom? — Pergunta, trançando o rosto de Melinda e fazendo o contorno.

— Estava pensando em vermelho.

— Gosto disso! Além de causar um ataque do coração em Celine, irá manchá-la de batom. Não quero nada mais, nada menos que te ver entrando por aquela porta toda desgrenhada e borrada. — Laura para frente a Melinda, reparando no trabalho esplêndido que a irmã está fazendo.

— Laura! — Maria reprime. — Linda, não dê ouvidos a Laura. A não ser que você queira chegar desgrenhada e borrada em casa.

— Não sei. Talvez eu queira, mas preciso me decidir primeiro. Não é como se fosse um encontro, sinto que Celine quer apenas me impressionar e me convencer de uma vez por todas a assinar aquele contrato.

— Eu me sinto impressionada o suficiente com ela. Ela me parece ser tão… Intimidadora. — Laura solta pensativa.

— Erga a cabeça. — Maria pede, enquanto esfuma a sombra nos olhos de Melinda, marcando suas pálpebras.

— Ela é! Às vezes sinto que vou desmaiar quando ela me encara demais.

— Meu Deus, Linda. Você está fodida! Não sabia que era tão boa em resistir. Deveria ganhar uma medalha por isso.— Laura solta impressionada.

— Qual? — Maria sorri com o rumo que a conversa havia tomado, pedindo a Melinda que escolha entre os dois batons em sua mãos.

— Esse. — Aponta para o batom vermelho mais escuro, e se cala, enquanto a amiga passa o batom sem brilho por toda extensão de seus lábios.

— Acho que é o suficiente. — Maria dá um passo para trás e confere no trabalho que acabara de fazer. — O quê acha, Laura?

— Está linda!

Melinda ergue-se da cama e vai até o espelho a alguns passos de si, surpreendendo-se com seu reflexo. Sua pele coberta pela camada de base e corretivo está lisa e completamente uniforme. Há um leve corar em suas bochechas, e todo destaque vai para seus olhos marcados com o esfumaçar da sombra, em seus lábios; o batom vermelho equilibra toda a maquiagem em seu rosto.

The White Box: Chapter I (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora