É madrugada de sábado para domingo, Sofia não tivera o melhor dos dias. Passara todo o sábado inquieta e um tanto enjoada, o que rendeu a Melinda e a Marissa noites mal dormidas de sono.
Melinda desperta com o som abafado invadindo seu quarto, o grito sufocado desperta todos seus sentidos, fazendo-a canalizar os pensamentos em uma única pessoa: Sofia. Melinda pula da cama ainda com os olhos fechados, sendo guiada por seus instintos.
Adentra o quarto de Sofia feito um furacão, mas nada se compara a bagunça que há ali. Os lençóis sujos, as gotas respingadas no chão, Sofia tentado conter toda a bagunça. Ela sangra pelas narinas, o sangue vivo sendo jorrado por seu corpo.
— Linda! Socorro! Me ajuda! — Pede sufocando no próprio sangue.
— Sofia, fica calma! Eu vou ajudar! — Captura a toalha de banho, e ajoelha-se frente Sofia. — Mama? — Grita o mais alto que pode, ainda tentando amenizar a sujeira que o sangramento causa. — Mama! Merda... — Diz, sentindo-se tonta. — Está sentindo alguma dor agora?
Sofia manea a cabeça.
— Consegue respirar?
Sofia assente que sim.
— Respira pela boca para não engolir sangue. Eu estou aqui, vai ficar tudo bem.
Sofia assente pela última vez deixando que as lágrimas escapem por seus olhos desesperados. A toalha está completamente encharcada, o líquido morno tinge seus dedos e palma das mãos. Não demora e Marissa também invade o quarto feito um furacão.
— Meu Deus! Melinda, pegue a bolsa dentro do armário, vamos para o hospital!
— Tudo bem, eu... Eu... — Melinda corre até o armário e pega a bolsa preparada para emergências.
— Vamos, Sofia! — Marissa a pega no colo e desce a escada as pressas.
Melinda captura as chaves da casa e do Bel-Air na cozinha e corre até a garagem, abrindo a porta traseira do veículo e sentando-se no banco para Sofia deitar-se em seu colo.
Seguem o caminho até o Hermanos Ameijeiras Hospital ultrapassando todos os sinais de trânsito. Sofia havia perdido muito sangue e ainda perde. Entram mais uma vez pela emergência e o corpo quase inconsciente de Sofia é levado pelos médicos, restando a elas apenas o desespero e a preocupação.— Eu não sou uma mãe forte o suficiente para suportar essa situação. — Marissa senta ao lado de Melinda na sala de espera, afundando o rosto na palma das mãos.
— O quê? Claro que suporta! — Melinda solta quase desesperada. Nunca havia visto a mãe em tal estado. — Sofia irá ficar bem, e nos vamos deixar esse hospital mais uma vez com ela ao nosso lado.
— Bem por quanto tempo? — Ergue a cabeça para encarar melhor Melinda, os olhos avermelhados indicando o choro, não havia parado de chorar por sequer um segundo desde que a filha entrara pela porta de emergência.
— Não fale besteiras... — Melinda se cala diante da falta de palavras, Marissa havia a pegado sem suas defesas postas pois não esperava ouvir as palavras vindas da mãe.
O silêncio se faz por alguns segundos e Melinda levanta do sofá de espera, agachando-se frente a mãe, para olhá-la nos olhos. Doutor Afonso adentra a sala de espera, só assim fazendo com que Marissa erga a cabeça.
— Boa noite, Senhora Madrazzo.
Melinda ergue-se do chão, Marissa do sofá de espera.
— Como ela está, doutor? — Marissa adianta-se em perguntar sequer cumprimentando o homem devidamente.
— Cessamos o sangramento, mas ela perdeu muito sangue. Está acordada e em meio a uma transfusão de sangue na ala infantil.
— Podemos vê-la? — Melinda pergunta esperançosa, sentindo-se aliviada em saber que a irmã está ativa.
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The White Box: Chapter I (NOVA VERSÃO)
RomanceAté onde você iria por amor a sua família? Melinda Hernández Madrazzo está disposta a quebrar todas as barreiras. E deixar Cuba à procura de um emprego que a ajude a arcar com as despesas do tratamento de sua irmã, diagnosticada com uma doença termi...