Capítulo 19

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Após assistir Melinda deixar a sala de Alexa, a mesma adentra o cômodo para uma breve conversa com Celine. Conversam sobre o usual, o de sempre, e sobre o negócio que Celine mantém com a Mansão Ferrer. Minutos após ela deixa a sala e segue escada abaixo para o primeiro andar, quando sente a mão firme em seu ombro. Se vira de imediato pensando ser Alexa, talvez haviam deixado algum assunto pendente, mas não. Celine se decepciona com a imagem de Lucia atrás de si.

— Será que poderíamos conversar?

— Eu estou um pouco atrasada. — Celine olha para o relógio em seu pulso ao mentir.

— Atrasada para que, Celine. — Lucia questiona séria. — Está fora de seu horário de trabalho e Melinda está fora de cogitação.

Celine respira fundo buscando por qualquer tipo de paciência.

— Tudo bem.

E realmente está. Lucia havia sido a melhor companhia antes de Melinda, e apesar de não sentir mais desejo por ela, Celine respeita o que viveram juntas.

— Acompanhe-me.

Lucia caminha à frente enquanto sobem os degraus. Celine repara em suas curvas, Lucia veste um robe e Celine não consegue enxergar maldade em seu ato. Ao seu modo de ver, talvez há espaço para uma amizade entre ambas, e Lucia apenas quer deixar o fato claro. Entram em um dos quartos com isolamento sonoro, e Lucia tranca a porta atrás de si. Celine caminha até o centro do cômodo tomando uma distância segura, qual Lucia não faz questão de violar.

— Eu sei que você acabou de assinar um novo contrato, e mais, sei que Melinda não é o tipo de mulher que se submeterá a certas coisas por você. — Lucia aproxima-se, seus corpos frente à frente. Celine mantém-se firme. — Mas, eu sim. Eu estou aqui por você e nunca ousaria desobedecer qualquer ordem ou pedido seu, sabe o porquê? — Questiona. Celine nega com a cabeça, encarando o castanho escuro dos olhos a sua frente. — Porque eu te amo. — Confessa. — Eu te amo desde de o segundo em que te olhei pela primeira vez.

— Lucia... Eu não valho nada e você sabe disso. — Celine tenta contornar a situação.

— Você significa o mundo para mim, Celine. Todos esses anos ao seu lado como sua submissa, e agora é uma tortura ter de ir para cama com outros clientes.

— Eu sinto muito. Sinto muito mesmo. Deixe-me tirar você dessa vida. Você sabe que eu posso, basta você querer.

— Não precisa sentir. — As lágrimas começam a se formar em seus olhos, mas não há tristeza nos mesmos, apenas um fio de esperança. — Apenas me tome de volta. — Implora.

No instante seguinte deixa o robe escorregar por seu corpo completamente nú por baixo da seda cara. Celine se nega a olhar, apenas a encara de cabeça erguida. Havia fodido com o coração e o psicológico de uma de suas submissas. Sente-se em mil pedaços, um monstro. Não tinha noção do que podia causar à vida da jovem mulher.

— Olhe. — Pede. — Tudo isso é seu.

Celine repara na imagem despida sem vergonha ou pudor. Engole em seco ao passar os olhos pelos seios medianos, a pele clara e bronzeada, as curvas insinuantes, capazes de fazer qualquer um perder o controle e cair no abismo que é seu corpo, mas não Celine. Não mais.

— Vista-se. — Celine pede sentindo-se completamente desnorteada com a situação.

— Não. — Lucia nega, a primeira gota de lágrima escorre por sua bochecha direita.

— Por favor, se vista. Eu quero que se vista.

— Não!

— Se vista. — Ordena. — Eu quero que se vista! — Sua ordem soa alta e clara. — Eu estou mandando você se vestir.

The White Box: Chapter I (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora