Capítulo 5

280 34 1
                                    

Melinda passa o final de semana inteiro rodando o cartão com número de contato e o e-mail de Alexa Ferrer entre os dedos. Está empolgada, porém receosa. Não disse nada a ninguém, muito menos deixou transparecer seu empolgamento interno. Maria e Laura passaram por uma forte crise de ressaca, e Melinda como a melhor amiga que é, sentiu-se no dever de ajudar.

Passara-se uma semana desde todo ocorrido quando Melinda resolve ligar para o número no cartão, sendo atendida por uma mulher, e tendo o horário agendado para as três da tarde com Alexa Ferrer.

Coloca sua melhor roupa e pega um táxi alguns quarteirões da casa, não quer dar esperança a ninguém, muito menos ter de voltar com o rabo entre as pernas e cabisbaixa por ter sido uma oportunidade a fracassar.

Quando o táxi para exatamente no endereço marcado, sua boca se abre em espanto. Está frente a uma mansão clássica, com pintura, porta e todas janelas frontais em branco.

Entrega a quantia combinada ao motorista e deixa o táxi, ajeitando a roupa em seu corpo e o cabelo, precisa estar bem apresentável. São bons segundos de caminhada até a enorme porta de entrada. Ao pressionar o pequeno botão cor de ouro a campainha soa uma melodia suave, expandindo-se mansão adentro. Então, a porta é aberta.

— Lucia, boa tarde, em que posso ajudá-la? — A jovem de traços tão latinos quanto os de Melinda a recebe sorridente.

— Boa tarde, Melinda Madrazzo. Tenho horário marcado com Alexa Ferrer.

— Claro. — Abre mais a porta, estendendo a mão para que Melinda entre. — Seja bem-vinda à Mansão Ferrer, Senhorita Madrazzo.

— Obrigada. — Agradece colocando-se para dentro.

— A Senhora Ferrer está a sua espera. Siga-me.

Melinda a segue pela sala de estar ampla e de paredes gigantescas. Encontram com outras duas garotas pelo caminho. É tudo tão amplo, limpo e luxuoso, que parece bom demais para ser verdade. Todas as funcionárias presentes ali, na verdade, são jovens com a mesma faixa etária a sua, e parecem felizes, fazendo o que fazem, pois sorriem para a mesma como se a conhecesse. Então, ela pode descartar a possibilidade louca de tráfico humano para prostituição ou venda de órgãos.

— Chegamos. — Lucia abre a porta sem bater, revelando um escritório e mais ao fundo Alexa Ferrer sentada majestosamente em sua cadeira atrás da enorme mesa. — Senhora Ferrer.

— Obrigada, Lucia.

Ela nada diz, apenas assente e se retira. Alexa se levanta vindo em direção a Melinda, o barulho de seus saltos contra o piso refletindo a sua imagem sendo o único a quebrar o silêncio.

— Entre. — Sorri simpática assim que Melinda adentra o escritório e fecha a porta atrás de si. — Sente-se.

Caminha até uma das poltronas frente a enorme mesa de madeira. Há muita pelada qual julga ser documentos, Alexa parece ser mulher de negócios.

— Tudo bem com você?

— Tudo. — Suspira, esfregando as mãos em suas coxas com intuito de secar o suor frio, suas pernas tremem de ansiedade.

— Bebe algo?

— Não, obrigada.

Alexa se levanta exibindo as peças claras da roupa de grife em seu corpo. Caminha até a pequena mesa do bar, servindo-se de um pouco de whisky.

— Fique tranquila, Linda. Eu não vou te importar e muito menos te forçar a nada. — Alexa fala como quem lesse os pensamentos de Melinda, bebendo um pouco do whisky.

— Melinda. Melinda Hernandez Madrazzo. Por favor, Alexa.

— Como quiser, Melinda. — Enfatiza o nome de maneira forçada. — Mas acredite, depois da proposta que irei fazer, você se tornará uma de minhas meninas. E todas, sem excessão optam por um nome artístico.

The White Box: Chapter I (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora