Capítulo 15

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O táxi estaciona frente a Lux e Melinda pode ver a imagem de Celine com cara de poucos amigos. Sente estar muito encrencada, mas confia nas melhores amigas e sabe que o segredo está a salvo com elas. Entrega a quantia ao taxista e decide que está na hora de enfrentar a fera. Sai do táxi e caminha em direção a Celine, encostada em seu carro, com os braços cruzados sob os seios, furiosa.

— Eu sinto muito, elas não tiveram culpa em nada. Eu fui uma completa descuidada em deixar o contrato amostra para quem quisesse ver.

Celine respira fundo, deixando o ar quente sair por suas narinas e descruza os braços.

— Não era sua privacidade. Eu confiei em você e agora suas amigas sabem sobre algo que apenas cinco pessoas no mundo estão cientes. — Solta irritada. Melinda engole em seco. — Melinda... Melinda… O que eu faço com você? — Questiona. — Tem sorte de não sequer ter pensado em assinar o meu contrato, porque você sofreria as consequências por ser tão desprevenida e descuidada.

— Eu já disse que sinto muito! O que quer que eu faça? Que eu volte no tempo e faça com que elas desleiam o contrato que você insistiu para que eu levasse para a casa de minhas melhores amigas e tia? Não é só você quem poderia estar encrencada aqui, eu tenho uma mãe e uma irmã, e o fato de eu pensar em assinar o seu maldito contrato quase me colocou de volta em um avião para Cuba!

É a vez de Celine engolir em seco.

Melinda retornar a Cuba reduziria as chances de tê-la novamente a zero.

Não, não gosta de pensar na possibilidade e talvez estivesse preocupada demais para pensar que Melinda tem uma vida e que isso poderia lhe trazer problemas maiores do que imaginou.

— Suas amigas são de confiança?

— Elas querem o meu bem e querem me ter aqui. Então, acho que isso responde a sua pergunta.

— Melinda, elas são de confiança? — Insiste. — Não posso me arriscar em ser exposta. Sou uma figura pública e isso geraria o caos em minha vida pessoal e profissional.

— Sim, elas são de confiança.

— Ótimo. Caso contrário eu teria de foder com as vidas delas se alguma informação sobre minha vida íntima e pessoal vazasse.

— Ninguém irá foder com ninguém aqui, está bem? Vamos agir como pessoas civilizadas que somos e resolver tudo isso.

— Parece que para você está mais que resolvido. Deveria destruir o contrato caso não vá assiná-lo. Não quero mais desentendimentos entre você e eu. Não quero fazer de sua vida um inferno só porque quero você em minha vida.

— Obrigada por isso. — Agradece sincera. — E não, eu não vou e não quero destruir o contrato. Não ainda. Pensei que estivesse afim de mim, Senhora Jagger, mas pelo visto desiste muito fácil.

— Eu sou uma executiva, não desisto fácil, não perco sequer uma de minhas negociações. Venho correndo atrás de você na última semana feito louca e correrei o quanto for preciso. Desde que eu saiba que existe uma possibilidade de assinarmos o contrato, de eu te fazer minha, onde e quando eu quiser.

Melinda controla a respiração. As palavras a acertam em cheio.

— Celine. — Suas bochechas queimam e provavelmente ganham um tom avermelhado. — Eu preciso entrar para o trabalho. Espero que não pense que sou uma irresponsável, eu apenas me descuidei por um instante.

— Acredito em você. — Encara Melinda fixamente. — Acredito em você e estou contente que depois de tudo, você não tenha rasgado meus planos contigo e os jogado no lixo. E, não, eu não te acho irresponsável.

The White Box: Chapter I (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora