The White Box: Chapter I (NOVA VERSÃO)

Capítulo 4

Melinda encontra-se deitada com o peso do corpo apoiado em seus cotovelos sobre a areia. Olha para o mar, sob o sol poente do quase entardecer em Miami Beach. Seus pés brincam com a areia fina e branca, enquanto observa a imensidão esverdeada a poucos metros a sua frente, e ali pode encontrar a resposta para uma das perguntas que Sofia fizera por ligação. Sim, a água é cristalina e os grãos de areia são finos quase feito pó, como nos cartões postais, pensa distraída ao reparar que Maria corre em sua direção e senta na toalha forrada ao seu lado.

— Não acredito que já está cansada, estava indo tão bem. — Melinda analisa a amiga bronzeada, o suor escorre quente por seu corpo fazendo sua pele brilhar.

— Tenho que confessar que já fui melhor nisso. — Maria puxa o ar pesado, sua respiração ainda descompassada devido ao agitamento.

— Queria dizer o mesmo, mas você sabe, nunca fui boa em atividades físicas.

— Não acredito que sua coordenação motora seja enferrujada até hoje! Olha para o coitado do Tyler sofrendo sem mim, você bem que poderia dar uma forcinha a ele. — Insinua bebendo um pouco da água em sua garrafa.

Melinda olha para o rapaz, que percebe sua indiscrição ao observá-lo de longe, o mesmo para com a bola nas mãos somente para sorrir para ela e concentra-se no jogo novamente. Tyler, Ethan e Laura disputam uma partida de vôlei de praia e parecem levar tudo muito a sério.

— Eu acho melhor não. — Nega com a cabeça, concentrando-se em sugar com o canudo a bebida gelada de cor azul dentro do copo transparente do Starbucks.

— Qual é, Linda? Estaria mentindo caso dissesse que nada naquele corpo te atraí.

Melinda repara mais uma vez em Tyler. Tyler Carter é o tipico jovem americano vindo de família rica que ganhara um carro no aniversário de dezoito anos. Bonito, Melinda estaria mentindo caso dissesse o contrário. Simpático, com um corpo atlético de causar inveja em qualquer garoto em sua faixa etária, mas sua aparência está longe de servir como ponto de atração para os gostos de Melinda.

— Eu gosto dos olhos dele e só.

— Só dos olhos? Não era a Melinda Hernandez Madrazzo que dizia há alguns anos atrás que se casaria com um latino de pele bronzeada, cabelo cacheados e olhos escuros? — Maria sorri ao lembrar.

— Quanto tempo faz isso? Dez anos.

— Ou mais. — Concluí.

— Muitas coisas mudam em dez anos. — Diz e se cala.

— Entendo. — Maria parece realmente entender. — E elas, o que diz sobre elas? — Aponta para o grupo de garotas que passam bem a sua frente.

Melinda quase engasga com a bebida, mas ao invés disso, derrama a mesma sobre suas pernas em um ato precoce de puro desespero.

— O quê? Não! Maria, não! — Solta atrapalhada enquanto tenta livrar sua pele do líquido adocicado, mas não contém-se em olhar para as meninas, a imagem sendo mais do que sua curiosidade pode suportar. — Merda!

— Calma, Linda! — Maria ri alto, chamando atenção dos que jogam. — Confessa, vai! Eu vi o jeito que você olha para elas, e não há nada de errado nisso.

— Quer realmente saber? — Pergunta, Maria assente curiosa. — Todas as bundas que reparei desde que pisei nessa praia são mais atraentes do que o abdômen definido do seu amigo. Então, sera que poderia parar de jogar o Tyler para cima de mim?

— Claro que posso! Como não percebi antes... Meu Deus, Linda, a quem você está tentando enganar?

Melinda sorri junto, tão vermelha quanto um tomate, mas a conversa fora um tanto quanto libertadora. Não demora e todos aproximam-se querendo saber o motivo do riso escandaloso entre Maria e ela.