Amor culposo | L7NNON.

capítulo 10

CAPÍTULO 10.
CAPÍTULO POR MIRELLA.
📍RIO DE JANEIRO — RJ.
DIAS DEPOIS.

Show do Lennon, e cá estava eu na casa dele pra fazer a imagem de namorada orgulhosa que acompanha o namorado em tudo o que pode. O bom é que o show dele é bom, então não é algo insuportável.

Estava vendo um filme aleatório na TV e meu celular notificou. Fui até a cama, e peguei ele vendo que era uma transferência de pix, o valor que eu receberia por mês pelo contrato, e no nome da gravadora do Lennon.

Esse primeiro mês, eu não recebia por causa do tratamento da minha mãe. Sai do quarto atrás do Lennon, entrei no estúdio e ele virou me olhando.

— Cê não avisou ao Adriano que não era pra me pagar?

Ele ficou uns segundos me encarando, e coçou o rosto assentindo, mas eu senti ele estranho, o olhar não parava em mim, e as mãos não paravam quietas. Ele tava mentindo, com certeza.

— Caiu o pix na minha conta.

— Ele deve esqueceu. — virou a cadeira voltando a mexer naqueles trecos. — Depois a gente resolve isso, desconta nas próximas, ou sei lá... depois a gente vê.

— Lennon, porque você não falou pra ele descontar? — perguntei logo de cara e ele continuou do mesmo jeito, de costas pra mim.

Fui até ele e parei do lado da cadeira, e ele me olhou.

— Não mente. — falo e o maxilar dele trava. — Não te conheço tão bem, mais eu sei que tu tá mentindo.

— Eu esqueci de falar com ele. — respondeu desviando o olhar de mim mas eu puxei a cadeira.

Passei a detestar que os outros fizessem as coisas por mim desde o dia que descobri a traição do meu ex, e ele falou que as vezes que me ajudou nas contas e nas compras lá de casa foi por pena, e ainda jogou na minha cara.

— Não quero que sinta pena de mim. — falo e ele balança a cabeça negando. — Não quero!

Soltei a cadeira e ele levantou.

— Eu não tinha condições de pagar o tratamento pra minha mãe, ok. Mas eu falei pra você descontar do dinheiro. Não quero você sentindo pena de mim.

— Eu não tenho pena de você. Só quis ajudar. — ele deu um passo se aproximando.

A mesma frase que saiu da boca do Carlos.

— PARA DE MENTIR.

Gritei e não tinha intenção nenhuma disso. Ele estava ainda no mesmo lugar, me olhando atento e aparentemente preocupado. Senti meu nariz arder e não demorou pra lágrima descer molhando meu rosto.

— Mirella, eu não tô mentindo. — ele começa a falar. — Eu quis te ajudar de verdade, não tem nada desse lance de sentir pena.

Passei a mão do rosto, e ele observando tudo.

— Eu faria isso por qualquer pessoa, é de mim... eu sempre vou querer e tá disposto a ajudar o próximo. — assenti.

Senti verdade nas palavras dele, o tom, o cuidado em usar as palavras deixava claro que ele não era igual ao Carlos, e que eu estava errada quando pensei isso.

— Desculpa se eu te dei a entend...

— Não... não. — interrompi ele e balancei a cabeça negando. — Desculpa eu por ter agido desse jeito. — minha voz embargou e eu não aguentei segurar o choro.

CAPÍTULO PELA AUTORA.
📍RIO DE JANEIRO — RJ.

Mirella sentou na cadeira que estava ali, e Lennon ficou uns segundos sem saber o que fazer. Mas ele percebeu que Mirella precisava chorar, precisava por pra fora.