Capítulo 17 - Morado

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Era uma ingenuidade típica de alguém que jamais sofreu abuso, comigo foi diferente, no fundo, eu já tinha feito a ligação á tempos, embora tentasse não pensar no assunto. Sempre houve um único motivo para pessoas do meio de Maria Cecília procurar mulheres do meu mundo. Sexo.

A expressão de Ceci passou de confusão para incredulidade e depois para total horror, tive pena dela. Quase tanto quanto tive das meninas.

Me apoiei na janela, o rosto no vidro, tentando adivinhar as atrocidades que aconteciam ali. Seria fácil pegar meus homens munindo fuzis de assalto e acabar com tudo aquilo, mas essa não era uma opção.

Ceci correu para a antessala e começou a revirar a bolsa.

- O que está fazendo?

- Vou ligar para a polícia.

- Não seja ridícula – peguei o celular de sua mão antes que ela ligasse.

- Precisamos fazer alguma coisa.

- E acha que a polícia vai invadir um prédio cheio de pessoas de alta patente?

-- Não sabemos quem está lá.

- Não, mas sabemos que tipo de posse eles têm.

- Ótimo e o que você sugere?

- Eu não sei.

Dei a volta pela sala, na esperança que o esforço me ajudasse a pensar em algo.

- Olha – Ceci chamou minha atenção para ela – pelo que estudei na faculdade, casos de tráfico humano sempre levam as raptadas para fora do país, por isso São Paulo não é muito visado, já que não faz divisa com nenhum país.

- Têm um motivo para pegarem meninas aqui e levarem para o exterior. A distância e a linguagem dificultam que tentam fugir. Muitas trabalham por anos e nunca conseguem fugir.

- Então não pretendem mantê-las por muito tempo.

- Por isso sequestram meninas quase toda semana.

Eu podia entender isso, elas podiam estar todas mortas àquela altura. Deixei o corpo cair em uma das poltronas da sala, me sentindo totalmente impotente, não importava quanto sabíamos, nada podia ser feito.

Ceci se aproximou devagar, se sentou no braço da poltrona e se aninhou em meu ombro, sentia a dor dela misturando com meu desespero, afastei seu cabelo escuro, mais uma vez passei os dedos pelas marcas de esganadura que seu irmão havia lhe dado.

Não era hora para isso, talvez, depois de tudo o que deduzimos naquela noite, nunca mais seria hora. Mas Ceci confiou em mim e mostrou a violência de sua família, eu confiava nela e queria mostrar o mesmo.

Segurei sua mão em meu peito e a escorreguei para baixo, até sentir seu polegar no vão do meu umbigo, levantei o rosto e a beijei, ela foi carinhosa, mas se manteve parada, talvez confusa, talvez também achasse que não era hora. Ainda assim, precisei insistir, ou não teria coragem.

- Me toca.

- Alan...

Um pequeno suspiro infama saiu de seus lábios, abri o zíper da calça e me expus para ela, ainda que não estivesse duro, estava a total disposição.

Ceci deslizou pela minha barriga, levantou a camiseta e começou a massagear, para cima e para baixo, cada vez mais perto de minha extensão. Sutilmente ela alcançou minha ponta, dos dedos avançaram, levantando mais a parte aberta em meu jeans, estremeci ao sentir seu toque em minha cicatriz, separei o beijo e ela buscou por outro, quase subindo em meu colo. Sua mão quente ficou mais ansiosa, insistindo em um carinho descoordenado que ia das bolas, pela cicatriz e até a glande.

Cecília parecia ansiar por aquilo a tempos, eu estava ficando duro lentamente, diferente dos outros dias que bastava olhar para ela que meu pau ia de zero a cem em segundos, mas a cada centímetro que eu crescia, ela parecia mais excitada.

A cicatriz, antes uma queloide saltada que ia da base a ponta, esticou, passando a ser uma marca funda e acabando pouco antes da glande. Ceci se afastou e seus olhos foram para minha pélvis.

- Por favor, não olhe.

Meu pedido ínfimo foi quebrado por um gemido quando ela fechou a mão em torno de mim, masturbando devagar. Sua palma quente e macia me tocando me excitou tanto quanto o que ela fazia com a outra mão, massageando meu mamilo tenso por cima do tecido.

Tirei a camisa para dar mais liberdade a ela, antes mesmo de passar o tecido pelos meus braços, Ceci já estava lambendo meu mamilo, segurando com os dentes vez o outra e soltando apenas quando eu estremecia com a dor.

- Que jogo sádico pra uma princesinha.

Ela riu. Desci mais a calça para dar mais espaço para ela tocar e afastei as pernas o máximo que o jeans em meus joelhos permitia. Ceci desceu a mão, enquanto beijava meu peito, seus dedos agarraram minhas bolas, brincando com elas, passando-as para um lado depois para outro, apertando e soltando e indo um pouco mais para baixo.

- Hei – segurei seu pulso com força, mantendo sua mão em mim, mas parada.

- Tá tudo bem, Alan. Eu não vou te machucar – sua voz calma no seu rosto sério, vi no fundo dos seus olhos que ela sabia de tudo pelo que passei.

Cecília estava me abrindo, me quebrando, me invadindo. Assim como foi feito comigo antes, porém com carinho e respeito. Ela estava esperando resposta, esperando que eu aceitasse e quisesse tanto quanto ela.

Não consegui dizer, apenas soltei seu pulso gradativamente, ela virou a mão, moveu os dedos apertando-os contra minha pele, aquela massagem no períneo me fez morder os lábios com força, apenas para não gritar 'sim, meta esses dedos em mim".

Ela apertou até o dedo médio entrar e enquanto ia até o fim, se abaixava a minha frente, sua língua passou pela minha cicatriz, indo até a ponta que ela pegou entre os lábios, coordenando os movimentos, ela chupava e metia alternando a intensidade.

Eu estava tão entregue e cego por aquele boquete que só o que fazia era apertas os braços da poltrona e pedir, em pensamento, por mais.

Senti um gemido contra meu pau, olhei para ela e percebi que Ceci estava de pernas abertas, com a calcinha afastada e se masturbando por baixo do vestido curto. Aquilo me deixou louco, uma princesinha rica com as pernas abertas no chão, me dando prazer com a boca e ainda fazendo fio terra era uma visão única.

Segundos depois eu estava despejando meu leite naquela boca, Ceci olhou para mim com a boca cheia e sem derrubar nenhuma boca ela engoliu.

- Disse para confiar em mim.

Segurei seu rosto delicado e a beijei. Ceci deitou a cabeça em meu colo, dando beijinhos leves no meu pau relaxado e exausto, acariciei sua cabeça.

No fundo, eu sabia que a aquele momento podia ser o último, porque apenas uma hora depois, eu estava na janela, anotando toda placa de carro que entrava e saía do prédio em frente, assim como seus horários.


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