Capítulo 6 - Morado

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- Acho que vou aceitar aquela cerveja.

Ceci colocou as mãos na lombar e se espreguiçou, já havia tirado a blusa rosa fina e ficado com uma de alcinha que usava por baixo. Ela era bonita, elegante, mas não se importava com etiqueta.

Ela começou a juntar o papelão que sobrou ao redor da cama e enfiar em um saco transparente enquanto eu colocava o colchão sobre a cama, dando graças a Deus de conseguir terminar, ainda que Cecí não saiba ler o manual.

- Acha que está bom? - perguntei a fim de fazê-la se virar para mim.

- Parece firme.

- É melhor fazer o teste.

- Teste?

A agarrei pela cintura e a joguei na cama, Ceci gritou e começou a gargalhar, subi nela apoiando meus punhos ao lado de sua cabeça, deixando-a presa.

- Sexo surpresa.

- O que? – e sussurrando – não faz parte do acordo.

- Tem que ser convincente.

Me abaixei e deixei beijos desesperados e molhados em seu pescoço suado, ela não conseguia me afastar, apesar das mãos espalmadas em meu peito, não tinha forças para empurrar de tanto que ria.

- Está gostando? – minha intenção não era ser sexy, eu não brincava com ninguém assim á tempos, mas ela não sabia como eu tinha que ser, apenas como eu era para ela.

- Não consigo respirar.

Me sentei em seu colo e a observei, Ceci respirou fundo e devolveu o olhar, ficamos sérios.

- Vai me deixar levantar?

- Claro – disse já saindo de cima dela – então, o que achou de acompanhar meu trabalho?

- Não acho que seu trabalho seja só isso, na verdade, conheço essa estratégia. Quer me comover.

Bufei e balancei a cabeça, ela estava certa, mas não significava que minha atitude não era sincera.

- Só não sei sua intenção.

- Eu montaria essa cama mesmo que você não estivesse aqui para atrapalhar.

- Ah claro, se eu não tivesse descoberto como medir o tamanho dos parafusos você ainda estaria pregando o estrado.

- Se dependesse de você, a cama ficaria em pé ao invés de deitada.

- O manual não era claro.

Ela cruzou os braços e manteve contato visual.

- Você leva jeito pra política.

- Deus, não!

- E tão ruim assim? – guiei ela para fora do quarto onde nos despedimos da dona da casa que agradeceu mais uma vez.

- E agora? O que faremos?

- Acha que consigo fazer mais alguma coisa hoje? – peguei o celular e conferi a hora - Vamos tomar aquela cerveja, um banho e sei lá. Como eu disse, você vai dormir aqui hoje.

- Não quer que eu vá embora porque tem medo que eu encontre o Capitão Renald sem você saber.

Não respondi, era uma boa desculpa, embora o motivo da minha insistência ainda fosse meio abstrato.

Alisson torceu o nariz quando Cecí entrou em casa depois de mim. Abri a geladeira e dei uma boa olhada antes de pegar a Heineken.

- Na verdade, pode ser a Bud?

Dei um breve sorriso e troquei pela cerveja mais amarga.

- Tem muita garrafa aí.

- Eu bebo umas duas por dia, o restante é desse grandão aqui – apertei o ombro do meu irmão e dei uma para ele.

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