Capítulo 1

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Rebecca Miller

"Mais um copo foi encontrado, agora, nas docas marítimas da pesca local. A polícia ainda não falou sobre o novo caso que entra para uma lista que mais parece interminável ainda não solucionado.

O que conseguimos apurar é que a vítima estava envolvida com o sequestro das duas meninas que foram resgatadas a dois meses. "

O dia estava frio, como sempre. O ritual matinal, hoje, era outro. Não existia muitos dias quentes em North Weland e isso era particularmente bom.

O noticiário não parava de mostra o local onde mais um corpo foi deixado pelo apelidado pela população Alemã, Buhmann.

Isso se deu por conta das primeiras vítimas encontradas nos arredores do pequeno distrito onde vivem as famílias vindas da Alemanha.

Meio que significa bicho papão.

Muitos o temiam, porém, desde que apareceu e espalhou os corpos pela cidade, vimos que seu padrão era bem refinado, eu diria.

Sete vítimas, e todas elas faziam parte de uma lista peculiar. Homens que viviam do crime ou cometeu algo muito cruel.

A cidade passou a gostar desse novo juiz. Ele julgava aqueles que não eram punidos pela lei. Mas a sua sentença, ao ver do Buhmann, era a mais alta das punições. A morte.

Apesar da boa fama, a lei não permitia que se faça justiça com as próprias mãos, por isso foi criado uma equipe especial para investigar e prender seja lá quem ele for.

Acredite, fiz de tudo para entrar para essa equipe. Infelizmente eles chamaram uma perita de fora.

Claro que chamaram. Desde o momento que entrei pela porta do distrito 13 eles insistem em não reconhecer o meu valor como perita.

Bem, admito ser um pouco irritante e me coloco no lugar de um detetive, porém, ninguém consegue fazer o que eu faço, com a rapidez e precisão, que faço o meu trabalho.

Egocentrismo!?

Talvez sim, mas era a verdade. O pior era não poder me inteirar do caso e ter que saber por terceiros.

Irritada, levanto-me da cadeira e desligo a TV. Com tantas mentes brilhantes aqui, foram buscar alguém de fora? Isso beirava ao ridículo.

Dentro de mim habita algum tipo de ser curioso que não para de repetir no meu ouvido coisas como; você deveria aproveitar que trabalha no mesmo andar e na mesma sala e dar uma olhada, memorize e saia para caçar esse homem.

Meu cérebro era o meu maior inimigo. Chateada demais para discutir, peguei as chaves, a bolsa e sair batendo a porta, forte.

O lugar onde eu morava era calmo, com vizinhos fofoqueiros, pois não seria cidade grande se não houvesse alguém varrendo a varanda só para olhar a vida do próximo.

Mesmo com muitas peças de roupas, eu ainda estava com frio. Não era ruim, na verdade, até gostava. Enrolei o cachecol no pescoço e abracei a bolsa ao meu corpo.

Como morava próximo do trabalho, ia de ônibus.

Andei alguns metros até a parada onde só uma senhora de idade também esperava pelo transporte.

Cresci nessa cidade. Sempre adorei o frio, era meio melancólico.

Depois que minha mãe morreu, fiquei só. Éramos só nós duas. E ela sempre me pedia para arranjar alguém, para que eu não precisasse ficar sozinha depois que ela se fosse.

Bem, não rolou.

Voltei a mim quando notei que o ônibus se aproximava. Deixei que a senhora passasse na frente. Assim que as portas se fecharam, o frio diminuiu.

dupla obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora