Capítulo 12

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Rebecca

Nada depois da entrada de Jonathan com aquela ruiva me deixou minimamente feliz.

Não consegui me concentrar, nem beber ou dar bola para o gato com tanquinho que estava jogando um papo qualquer para me levar para a cama.

Eu só conseguia pensar no Jonathan West. Foi inevitável não procurar por ele no meio daquelas pessoas.

Com ele eu não conseguia pensar, agir ou parar e ser logica.

Seu olhar era como um imã e foi direto para os seus olhos que olhei e senti todo o meu corpo vibrar por sua atenção.

O frio na barriga era meio que uma tortura, o suor, a agonia e os arrepios me incomodavam, pois só provava a mim que eu não era a pessoa mais evoluída e desprendida do mundo como achei que fosse.

Seu olhar era congelante. Olhei em volta e a mulher estava conversando com outra cara enquanto Jon me prendia ao seu poder.

Foi estranho perceber que talvez ele estivesse furioso. Comigo? Com a ruiva/

Não sei, ou sabia, pois o ver colocar o copo que bebia em cima da mesinha de vidro, com certa força, levantado e descendo as escadas, causou outro sentimento odioso por mim. Medo!

Quem era essa pessoa que se transformou ao conhecer Jonathan West? A antiga Becca não se importaria com os desejos de um homem, não se sentiria como um coelho medroso, não deixaria um homem causar nela a sensação de risco ou de prazer só com seu olhar.

Eu quase pude sentir ou ouvir aquela pergunta que nebulosa a sua cabeça: o que está fazendo com esse cara?

A voz do carinha ao meu lado trouxe-me de volta a realidade. Seu cenho franzido me fazia perguntas na quais eu não sabia responder.

- Desculpa, tenho que ir. – Foi o que falei, sabendo que me odiaria por estar fugindo por uma bobagem. – Você pode tentar com outra.

Não esperei por respostas ou atitudes. Peguei minhas coisas e sai, entre as pessoas no salão.

Era obvio que para um homem como Jonathan ver uma jovem idiota fugindo dele deveria ser uma resposta absurda para os possíveis questionamentos existentes.

Naquele momento eu só queria sair, e deixaria a tragédia sentimental ou respostas para depois.

Achei estar fazendo um bom trabalho saindo, mas quando estava quase na saída senti uma mão forte me impedir, forçando-me a virar o rosto e olha-lo nos olhos.

Meu corpo formigou, minha mente paralisou e eu só consegui encara-lo assustada.

Esse homem não era como os outros, ele não veio e me cantou, não esperou nada de mim e não se esforçou para me ganhar.

Parecia que desde aquele primeiro encontro em frente ao tribunal ele já tinha ganhado plenos poderes sobre mim, e talvez soubesse disso, ou só descobriu agora com a minha cena ridícula de sair sem dizer um oi.

Jonathan West ganhou meu interesse por ser parecido comigo, por me fazer rir, coisa que eu não fazia com frequência, por me ouvir e entender ou por não achar estranha as coisas que falo sobre mim ou o trabalho.

Ele me ganhou com seu olhares, com o seu toque sem compromisso, com aquela boca sensual que ria quando eu dizia algo sem sentido ou engraçado.

Ele me fez sentir única e compreendida. Um amigo que não esperava e agora eu estava presa a esse sentimento.

Paixão ou não, eu me sentia atraída, desejava me agarrar a ele e beija-lo.

Queria saber se era coisa da minha cabeça ou uma atração real. Só que pela primeira vez na vida senti medo de tentar, de falar o que eu queria e perder o que achei não estar procurando.

Era intrigante a forma com que ele me entendia ou dizia coisas sem dizer uma palavra.

Seu olhar escuro, sedutor e muitas vezes penetrantes, me fazia saber o que pensava ou fazia perguntas como: posso fazer o que quero? Você quer o mesmo que eu?

Bem, eu queria. Desejava largar esse medo e fazer alguma coisa, mas deixei que ele o fizesse e foi surpreendente e assustador quando no meio de tantas pessoas Jon me agarrou e beijou, levando-me a encostar na parede.

Naquele estante pensei estar sentindo uma descarga elétrica fora do comum, quase letal. Meu corpo vibrou, meu coração foi a boca, mas ela estava ocupada sendo invadida por um homem feros, de mãos firmes e pervertidas, que me agarrava e tocava em parte de mim que achei serem intocadas.

O desespero me assustava, era tão dele quanto meu. O sague que fervia não me incomodou, mas me fez desejar tirar a roupa e saciar essa fome.

Jon só largou a minha boca para deixar beijos excitantes na pele do meu pescoço. Sua barba roçava na carne me deixando mole, totalmente sua. Mordi os lábios tentando conter a minha alegria e satisfação. Senti suas mãos adentrar o meu vestido, provocar o meu corpo e desejar ser sua ali mesmo.

- Quero você, Rebecca. – Falou ao meu ouvido, levando ao meu corpo um arrepio imenso que se alastrou por toda a parte. – Por inteira, só para mim e de mais ninguém.

A resposta foi imediata e cheia de desejo.

- Eu também quero isso. - Sussurrei.

Novamente ele me provocou, agora com um toque de perversidade ao passar seus dedos grossos sobre o tecido da minha calcinha.

- Eu sei. – Voltou ao meu ouvido. – Por isso temos que sair daqui o quanto antes.


dupla obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora