Capítulo 7

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"Eu estava em um salão escuro, com fleches de luz que só me permitia ver parcialmente o lugar todas as vezes que piscava os olhos e os fleches passavam pelos meus olhos eu via algo novo e confuso.

Em uma dessas vezes vi a sombra assustadora do ceifador, outra, Jonathan West, andando em volta de mim. Abraçando-me e dançando conforme a música. Hora ele, hora o outro.

Acabo imaginando que estou louca, tento olhar ao redor e identificar onde estou, com quem mais, porém, estamos a sós. "

O despertador me assustou ao ponto de me fazer sentar na cama com o coração na boca.

Olhei ao meu redor e eu não via ninguém, só meu quarto solitário e frio.

Passei as mãos pelo rosto, tirando alguns fios de cabelo da frente do rosto. A dor de cabeça apontou na parte inferior da minha cabeça. Levantei da cama me sentindo um saco pesado de lixo.

Fui diretamente para o banheiro, olhei-me no espelho e vi um palhaço macabro nele. Não tirei a maquiagem ontem, nem mesmo a roupa, apenas deitei na cama achando que só descansaria os pés que usava os saltos que usei para sair com Mila e Ed, porém, acabei apagando.

Os dois copos de cerveja me pegaram, por sorte, não tanto quanto o whisky ou Marguerite.

***

O sol deu as caras hoje. Não sabia se era bom ou ruim, o que sei é que mal cheguei no trabalho e já fui chamada para um caso.

Pelo menos não ficaria presa na agencia com cara de poucos amigos.

Você vai gostar, Becca, vai ver. Vai te animar.

Foi o que o idiota do Ed falou quanto nos encontramos na frente daquela balada barulhenta, ontem. Não foi ruim no momento, mas a dor de cabeça agora, que insistia em ficar depois do comprimido que tomei, dizia outra coisa.

- O que você tem esses últimos dias que está sempre de cara fechada, Miller? – Edward estava de bom humor. Dava para notar isso com o sorriso que me deu assim que me viu. Se aproximou de mim, com o intuito de me dar um daqueles abraços que me puxa para mais perto do seu corpo, me levando para outro lugar, porém, perdeu essa ideia quando não retribui o sorriso. – Nossa, achei que ontem estava feliz.

- Eu estava bêbada. – Expliquei.

- Duas cervejas te deixam bêbada? – A cara feia de Mila me fez dar um sorrisinho que tentei engoli.

- Mais ou menos isso. – Respondi. – Qual o caso hoje?

Estávamos em um prédio velho, mas particular, onde vários serviços eram oferecidos. Um desses era de advocacia. Bem, era só um advogado, e passando entre os meus colegas e adentrando a sala pequena e mau arrumada, vi o homem careca, que devia ter entre cinquenta e sessenta anos, sentado na sua cadeira habitual, com a cabeça tombando para o lado, sem olhos e com a boca cheia de sangue.

- Um novo maluco a solto. – Falou Ed ao meu lado. – Deixou a vítima sem os olhos e sem a língua.

Encarei o meu amigo com mais felicidade, o que fez ele revirar os olhos para mim.

- Vingança, teve um motivo para isso. – Apontei.

Coloquei meu material em cima da mesa, com cuidado. Com certeza teria evidencias ali. Peguei o material que usaria e as luvas, as colocando, depois, encarei eles.

- Isso é motivação para o dia. – Falei.

- Sabe, você tem aquele tipo de personalidade psicopata estranho que se não controlado vai passar a fazer isso, do outro lado da força. – Ele debochou. – Me assusta, é mórbido, mas as vezes é fofa, então fico confuso.

dupla obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora