Capítulo 14

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Semanas depois

Nunca me senti assim com mais ninguém, e em tão pouco tempo Jonathan se tornou aquela pessoa necessária na minha vida.

Ele era a coisa em que eu pensava antes de dormir e logo quando acordava.

Dormir ao seu lado era muito bom, me passava uma sensação de segurança e conforto. Bem, era mais do que isso. Era maravilhoso abri os olhos com ele beijando o meu pescoço, excitando-me e provocando para um sexo matinal que me acordava mais do que a própria cafeína.

Não me importava se iria me atrasar. Só o que eu pensava em era saciar esse desejo em tê-lo dentro de mim, hora romântico e devagar, beijando-me e olhando em meu olhos, hora selvagem apertando minha carne e levando-me ao limite da sanidade.

Ele tirava de mim todo o meu ar, minha força e meus gemidos, calados por sua boca na minha.

Jonathan era mais do que bom na cama, ele era maravilhoso. Sabia onde tocar o que fazer e como fazer, sempre me forçando a pedir por mais.

Seu corpo sobre o meu exalava um calor descomunal. A barba roçava na minha pele fazendo cócegas.

Era ele quem tinha poder sobre mim, sobre os meus desejos e atos. Nossos corpos pareciam ter vida própria, minha boca não me respondia quando mandava se calar, mas também não estava ligando para isso, contando que ele não parasse por nada até que aquela sensação gostosa tomasse o meu corpo por inteiro me deixando sem noção do mundo lá fora e foi isso que aconteceu.

Quando acabou, meu corpo parecia exausto, mas satisfeito. Uma alegria fora do comum me tomou e tentei recuperar as forças para enfim poder levantar e continuar com o meu dia.

***

Confesso que estar sempre feliz me era estranho. Não que eu não fosse ou que nada me fizesse ser, porém, me acostumei com aquele estilo de vida simples no qual eu sabia exatamente o que aconteceria.

Não era uma solidão dolorosa, mas sim opcional.

Sempre disse a mim mesma que era melhor sem a minha melhor amiga, do que buscar isso em outra pessoa e me decepcionar.

Não gostava de coisas simples ou banais, não ia a bares as noites, não marcava um jantar ou nos meus dias de folga me reunia com todos do escritório.

Sou considerada sem graça, ou melhor dizendo, sem sal. No entanto, até que gostava desse ritmo.

Agora, minha vida mudou e isso me assustava. Jonathan chegou em minha vida como um meteoro e em polco tempo me apaixonei por ele.

Encontrei nele um parceiro que me entendia e me fazia rir, me ouvia mesmo que minhas ideias ou assuntos fossem estranho ou sobre meu trabalho. Ele se preocupava comigo, e isso era bom.

Com ele não precisava ter medo de dizer algo que só a minha cabeça poderia pensar, pois era compreensível e gostava em mim aquelas coisas nas quais as outras pessoas achavam estranho. Por isso o meu medo.

Entre de cabeça nisso e sabia que em algum momento chegaria ao chão e esperava que ele estivesse lá para me segurar. Nunca fui tão animada, nunca pensei tanto em alguém e nunca imaginaria que diria a palavra paixão.

- Não vai sair antes de me dar um beijo. – Ele disse, com aquele sorriso no rosto que me forçava a encarar a sua boca por um bom tempo. Ele gostava de me trazer ao trabalho, mesmo não precisando disso. Desejando passar todo possível ao seu lado eu aceitava, não era nada demais. Parado na rua, encarava o prédio público onde eu trabalhava. Me inclinei em sua direção, deixando um beijo lento e demorado, onde ele fez questão de me segurar e prolongar a coisa. – Se fosse um trabalho comum eu desejaria um bom trabalho e empolgante, como tanto deseja, mas para isso eu teria que torcer para que um homicídio aconteça, não acho que cairia bem.

Ele me fez rir. Não era algo difícil para ele.

- É não pega bem. – Brinquei. – Hoje vai ter um Happy hour depois do trabalho. Não sou muito de ir, mas eles insistiram, você poderia aparecer para me salvar em algum momento.

Desde que começamos a sair, os meus colegas curiosos – Edward e Mila – não me deixam em paz com essa história. Talvez apresenta-los oficialmente me ajude a livrar-se desses idiotas.

- Também não é o meu estilo. – Comunicou ainda me encarando. – Mas faria qualquer coisa por você.

- Qualquer coisa? – Surpreendi-me. – Você não deveria ter dito isso. – Brinquei. – Dei um último beijo dele e sai do carro antes que algum deles batesse no vidro para investigar o que estava acontecendo no carro de vidros escuros, só para me irritar.

Assim que fechei a porta, os vi encostado na parede, com copos de café nas mãos, me encarando curiosos.

Confesso que amo esses dois por serem como meus irmãos mais velhos, só não gosto quando levam isso muito a serio.

- Quase dez Minutos, achei que estavam transando, mas se foi o caso, foi muito rápido, aposto que nem chegou lá. – Mila falou sem pudor algum. Fiquei em choque e depois furiosa.

- Achei que, quando arranjasse um namorado, você seria aquele tipo de namorada desprendida que odeia demonstrações de afeto em público, ou que fosse durona, assim como é na vida real, mas você me surpreende, Florzinha. – Completou Ed.

- Vocês estragam o meu bom humor. – Falei passando direto, empurrando a porta giratória que nos levaria ao prédio. – Por que fazem isso todos os dias? – Reclamei, virando e fazendo cara de quando não compreendo as coisas. Ultimamente estou usando muito essa expressão. – Não gostam de me ver feliz!

- Não é verdade. – Protestou Ed. – Mas como sua família, nossa função e te azucrinar todos os dias. – Completou.

- Faço isso por que gosto de te deixar com raiva. – Mila sempre era muito sensível, como um cavalo.

Revirei os olhos seguindo o meu caminho, ainda ouvindo as baboseiras deles.


dupla obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora