Capítulo 21

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A escuridão tomava toda a rua. Eu estava com pressa, quase correndo, olhando para todos os lados, sentindo um enorme frio e sentindo um desespero fora do comum.

Os postes, mau iluminavam, sombras andavam por todos os lados, sem rostos, e esbarrando em mim.

Parrei a poucos passos de uma rua adjacente. Havia uma movimentação fora do comum, as sirenes dos carros de polícia estavam perto ao mesmo tempo que longe.

Um rosto conhecido em meio as sombras, chamou minha atenção. Mila segurava em punho a sua arma. Apontava para alguém que eu ainda não conseguia ver. Ao me aproximar mais, devagar, também encontrei Edward, dessa vez, mais expressivo. A raiva em seus olhos me pôs medo. Pensava comigo quem seria o seu alvo.

Cada passo que eu dava meu medo aumentava. Antes de ver quem era a pessoa, notei Dona o encarando e dizendo para os outros dois: Atirem!

Os disparos soaram no meu ouvido com tanta força que doeu o meu cérebro. Corri para ver quem era e quando encarei o homem ao chão fiquei em choque.

Jonathan sangrava, a dor em seus olhos sangrou o meu coração e por desespero corri até ele, que tentou dizer algo, mas não conseguiu.

Tudo ficou embaçado por conta das lagrimas em meus olhos. Ouvi alguém gritar desesperada, porém, não sabia que esse som saia de mim.

Mesmo ele sendo um desgraçado mentiroso que só me usou, o amava e o ver morrer desse jeito partia mais que o meu coração. Pensei no que faria sem ele, no que aconteceria e desejei ir com ele para o outro lado.

Sempre busquei por respostas, só não podia adivinhar que isso me traria tanta dor.

Acordei sentindo que estava sendo sufocada. Chamei pelo seu nome, pensando que o veria ao meu lado na cama, mas ela estava vazia.

Minhas mãos suavam, meu coração parecia que sairia pela boca e uma vontade fora do comum de chorar veio a mim derramando sobre o meu rosto algumas lagrimas.

Levantei da cama, ao aceder o abajur ao lado na cama. O frio aqui dentro me não acalentava o meu calor repentino. Abri a janela em busca de ar fresco. Estava quase tão desesperada quanto no sonho.

Olhei para o céu estrelado, com uma lua linda e grande, mas nada me fez esquecer ou acalmar o meu coração.

Aquele filho da mãe tomou de mim a liberdade dos meus pensamentos, dos meus sonhos e o meu amor.

Sempre que ouvia alguém dizer o quanto o amor era ruim ou o quanto se machucou, pensava que nunca aconteceria comigo. Que era mais inteligente e forte, mas a verdade era que ninguém é imune a isso. Fui burra não só por não notar quem realmente era Jonathan West, mas por pensar que seria diferente.

Aos poucos senti que talvez as coisas estavam melhorando. Foi quando prestei mais atenção na rua lá em baixo o vi um carro parado no meio de outros, porém, aquele era bem conhecido por mim.

Jonathan!

Não imaginava que ele estivesse me vigiando. Não precisava disso. Quando pedi para que se afastasse de mim, não sabia que isso seria tão difícil para mim e talvez para ele.

Uma parte de mim queria acreditar que seu amor por mim era tudo verdadeiro. Que ele estava ali por não aguentar ficar longe de mim, assim como sinto isso. Entretanto, a parte magoada, apesar de sofrer, dizia que era só mais um jogo para ele.

Não fazia ideia do que ele estava esperado estando perto, na madrugada. Confesso que isso me acalmou mais. apesar de tudo, sentia-me protegida com ele.

dupla obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora