Estava levando muito a sério o trabalho ultimamente. Meu desconforto era por causa da não descoberta sobre o ceifador, que parece estar de férias.
Porém, isso era só um trabalho e se há alguém que deve ficar puto por conta disso não seria eu e sim os chefões da polícia.
Minha vida estava em uma nova fase. Uma na qual nunca pensei que aconteceria e que estava me deixando finalmente feliz.
Não que eu não fosse antes, entretanto, não era dessa forma, eu não me senti leve e livre, amada e empolgada, como agora.
Se não tivesse respostas do ceifador, não me importaria, pois teria o Jonathan. Claro, comparar essas duas vertentes parece estranho, mas para alguém que ama o trabalho investigativo, não era tão estranho essa comparação.
Eram duas coisas extremamente diferentes. Uma me instigava a curiosidade e a outra me dava o conforto de saber que no fim do dia, não importa o quão péssimo foi, eu teria aquele momento de paz e felicidade.
Isso era novo e assustador. Pensar que em uma pessoa estava depositada tanta confiança e desejo, que era vital para mim.
Desde que minha mãe morreu, não tive muitos dias bons ou agradáveis. Me paguei a esse trabalho, aos casos e ao mistério, pois naquele momento sentia uma adrenalina que me fazia sentir-se viva.
Agora não preciso mais disso. Me sinto viva a todo o momento, buscando pelo seu olhar, pelo sorriso e toque, o que me deixava preocupava, pois não deveria precisar tanto de alguém.
A melancolia era o meu estado natural. Porém, ela estava longe de mim agora. Apesar da nossa semelhança com o passado trágico e solitário, encontramos um no outro a companhia e acolhimento.
- Você se feriu. – Notei na parte inferior do seu braço. Estávamos tomando café. Jonathan se concentrava no jornal na sua mão e eu nele, que era tão sexy quando lia. Foi assim que vi o machucado que mais parecia um arranhão não muito profundo, mas notável. – Não fui eu quem fiz isso. Pelo o que me lembro, eu só tinha um livro na cabeceira da cama. – Brinquei, mas Jon ficou sério. Encarou o machucado, penso até que nem tinha notado.
- Não me lembro de quando isso aconteceu. – Permaneceu sério, encarando o machucado. Franzi o cenho. Jonathan não costumava fazer tralho braçal ou algo do tipo que o levaria e se machucar assim. Porém, não era de tanta importância já que sou a própria destrambelhada que sempre cai ou tropeça.
- Relaxa, é só um arranhão. – Falei pegando em sua mão, o fazendo me encarar. – A não ser é claro que tenha um motivo preocupante para isso.
- Motivo preocupante? – Franziu o cenho.
- Outra pessoa fez isso em você? – Perguntei, sabendo que a resposta era não. Não fazia ideia do porque ele estava levando isso tão a sério.
- Claro que não. – Foi o que respondeu.
- Então só precisa prestar mais a tenção e não tropeçar como eu. Tenho cicatrizes até hoje por brincadeiras que acabaram mal.
Jonathan só me encarou. Tomei o resto do café antes do meu celular tocar e ver que era Edward. Ele não esperou que eu atendesse, mas deixou uma mensagem. Era o local de uma cena de crime e não era qualquer cena. O ceifador voltou!
***
Puta merda!
Certo. No momento eu estava como aquelas crianças que ganham doces e quer comer tudo de uma só vez e o açúcar começa a parecer mais uma droga viciante.
Não era uma cena qualquer, eram duas mortes. Dois homens, que provavelmente foram pegas de surpresas, mas resistiram.
Eu poderia chegar aqui olhar os corpos e dizer que não era o ceifador. O estilo de morte dele era bem mais limpa, eu diria. Dessa vez o estrago era maior.
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dupla obsessão
ChickLit"Ele está por todos os lados, me olhando e usando-me de tantas formas que não sei por onde começar. " "Ela é tão sóbria quanto eu e isso é ruim, pois quanto mais desejo que fique longe de mim, mais ela se aproxima. ' As razões pelas quais Rebecca en...