Capítulo 6

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(Izabella)

Sorrio para a mesa cheia de homens comendo e rindo. Eles parecem realmente uma família, e todos me tratam com respeito e carinho. Conheci as três mulheres chiques que vi bebendo ontem no bar, uma é a Lili que já tinha gostado de cara. As outras duas são Maggie e Kate, aprendi que as três são old ladies e por isso se vestem e se portam diferentes das outras meninas. As outras, segundo Kate, são as putas do clube, meninas que seguem os motoqueiros para cima e para baixo fazendo o que eles quiserem com a esperança de um dia virarem old ladies. Achei triste e misógino, mas Lili me garantiu que elas sabem muito bem do trato e estão aqui por livre e espontânea vontade.

Carter me serve outro copo de suco e coloca um prato cheio de panquecas na minha frente. Acordei com ele deitado ao meu lado na cama, nós dois virados um para o outro, e ele me encarava com uma expressão afetuosa. Não sei o que pensar dele, o conheço a dois dias e nessa altura, depois de John, eu não consigo mais confiar nos meus instintos. É estranho, mas sinto que o conheço há anos, me sinto mais em casa aqui do que já me senti no meu próprio apartamento. E isso me deixa com muito medo.

Ele não parece nada com John, mas no começo John também me tratava com carinho e fazia tudo por mim. Se eu pensar bem agora, olhando para trás, tudo tinha uma conotação diferente. Tudo o que ele fazia por mim parecia que era só uma forma de me controlar ou de me moldar para ser mais a mulher que ele queria ao lado dele.

Carter parece querer só me ajudar e me proteger, e o jeito que ele me olha, nenhum homem nunca me olhou, muito menos John. Se John ou qualquer outra pessoa tivesse me olhado do jeito que Carter me olha, eu teria me lembrado. Tem tanta admiração e ternura, como se eu fosse quase boa demais para ser verdade.

- Não posso comer isso tudo! - sorrio vendo ele alcançar a calda na mesa e a colocar por cima das minhas panquecas - Carter, você vai ter que dividir comigo.

- Carter? - o homem bonito com piercing no lábio que se apresentou para mim como Spike pergunta em um tom assustado - Você o chama pelo o nome de batismo dele?

- Deixa para lá, Spike. - Carter fala firmemente enquanto corta a panqueca e leva um grande pedaço aos meus lábios - Tenho certeza que você pode comer tudo, precisa recuperar suas forças.

- Por que eu não o chamaria pelo nome dele? - acabo de mastigar e olho confusa para Carter - Todos tem nomes estranhos, por que só você tem um nome normal?

- São nossos nomes de estrada, Lucky Thirteen. - Zero responde por ele sorrindo para mim - Nossos nomes de batismo só nossa família usa. O do Pres é Devil.

- Devil? - sorrio para Carter que parece irritado com toda a conversa - Eu acho que você foi injustiçado, você é mais angelical que demoníaco.

Todos da mesa ficam em silêncio por um momento até estourar em gargalhadas. Alguns homens até mesmo saem da mesa para se recompor, de tão engraçado que acham. Tudo bem, talvez eu realmente seja muito inocente e Carter mereça o nome de estrada, mas para mim, ele é de fato um anjo da guarda e é isso que importa.

- Devil, é um nome bem adequado para o presidente do Chaos Mc. - Shade me fita sombriamente - Você é que não recebe esse lado dele.

- Chega desse assunto. - o tom de Carter é firme e definitivo - É só um apelido, Iza. Você sempre vai me chamar de Carter, tudo bem?

Assinto balançando minha cabeça e enfio mais um grande pedaço de panqueca na minha boca para evitar fazer perguntas. Não consigo deixar de me sentir especial por ser a única a chamá-lo de Carter, parece que tenho um pedaço dele que ninguém mais tem. E Deus sabe que eu gostaria de ter todos os pedaços desse homem lindo só para mim.

TREZEOnde histórias criam vida. Descubra agora