Capítulo 10

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(Izabella)

Casamento. Esse homem está completamente louco? Primeiro, como ele pode simplesmente se oferecer para casar com uma menina que apareceu nas terras dele do nada? Se eu ainda tivesse algo a oferecer a ele eu entenderia, mas ele simplesmente quer fazer isso para me dar segurança. E isso me deixa bem balançada por ele, mais do que já estou, porque caramba Carter tem me salvo desde o momento que me tirou daquele lago.

Em segundo lugar, como eu confiaria nele com um casamento? Pelo o que sei ele poderia ser outro monstro que nem o John. Mesmo que só pensar nisso me deixe com um gosto amargo na boca, como se estivesse traindo a amizade e bondade que Carter me mostrou incessantemente desde que cheguei aqui. Ainda assim, não o conheço, e acho que aprendi bem como um homem pode mudar de personalidade do dia para a noite.

Tento me recuperar do choque que suas palavras me causaram, mas estou tão agitada que preciso me afastar dele para conseguir raciocinar direito. Me levantando da cama, começo a andar pelo quarto.

- Carter, isso é... - qual a melhor palavra, loucura? - olha, só tenho a te agradecer por tudo o que você fez por mim desde que me encontrou, mas não podemos nos casar.

Ele se levanta da sua posição agachada ao lado da cama e coloca as mãos nos bolsos da sua calça jeans, se mostrando completamente relaxado com essa proposta insana. E apesar do momento sério, não consigo deixar de passar meus olhos pelo seu corpo de forma apreciativa. Vejo como sua camisa preta se estica pelo seu torso mostrando seus músculos definidos, subo meu olhar para seu rosto e sua barba por fazer até mudar minha atenção para seu braço musculoso todo tatuado com diferentes tipos de desenho e grafia. Meu Deus, como um homem assim existe? O corte do clube só o deixa mais gostoso, com uma aura de perigo que deveria me afastar, mas só o deixa mais apelativo para mim.

Não seria bem um esforço me casar com esse homem, mas essa sou eu pensando com o meu tesão. Tenho que pensar com a minha parte racional, a parte que sabe como um homem pode parecer ser perfeito até ele não ser.

- Por que não? - Carter levanta os ombros de um jeito indiferente como se não fosse nada demais - Acho que já te provei que só quero te ajudar, e seria a solução perfeita para te afastar de qualquer perigo que possa tirar sua liberdade.

- Sim, Carter, teoricamente é uma boa ideia. Porém, nós somos estranhos um para o outro! - noto como sua expressão cai e corro para completar - O que quero dizer, é que apesar de tudo, de você ter me salvado e me ajudado de tantas formas, nós não nos conhecemos de verdade. E eu já cometi esse erro antes.

Termino falando baixinho, como se esperasse que ele não ouvisse essa última parte, mas pelo seu olhar duro percebo que não só ouviu como tomou como ofensa.

- Entendo você estar com medo e desconfiada da ideia, mas nunca mais me compare com aquele merda. Não é porque você errou em julgar o caráter dele, que eu tenho que pagar por isso.

Me pega desprevenida a raiva em suas palavras, e pela primeira vez vejo um vislumbre do Devil direcionado a mim.

- Nos conhecemos a três dias. - falo simplesmente não querendo o ofender novamente, mas também tentando fazer ele entender como isso é difícil para mim.

Carter respira fundo e passa uma mão tatuada pelo rosto, como se tentasse pensar mais claramente. Por fim, ele se aproxima de mim e pega novamente minhas mãos nas dele. Já reparei nisso, ele parece ter sempre que estar me tocando e cada toque dele é muito bem vindo. Só mais um motivo para essa proposta ser um equívoco.

- E se você tivesse uma garantia?

- Garantia? Como assim?

- O seu medo em casarmos é você acabar encurralada do mesmo jeito, não é? - balanço minha cabeça assentindo e ele continua - E se eu te desse algo para usar contra mim? Algo que te protegesse de acabar na mesma situação que você se encontraria se casasse com aquele merda, ou ficasse sob a tutela dos seus pais?

TREZEOnde histórias criam vida. Descubra agora