TREZE

Capítulo 7

(Carter)

Tem sido uma tortura e, ao mesmo tempo, o melhor dia da minha vida assistir a minha estrelinha experimentar roupas atrás de roupas enquanto eu a espero em um sofá em frente ao trocador. De princípio, quando entramos nessa loja de alto padrão, as funcionárias me olharam ou como se eu não pertencesse ali de jeito nenhum, ou como se eu fosse a personificação do badboy que vai às garantir uma noite no lado ruim da cidade. As pessoas me veem todo tatuado e musculoso com um colete do clube e já assumem que eu não tenho valor nenhum. Todos ficam surpresos quando descobrem que não só eu herdei bastante dinheiro do meu avô, como o clube é fodidamente lucrativo. Claro que eles não precisam saber quais são nossos investimentos favoritos.

Então, como sempre, minha conta bancária falou muito mais alto e foi só eu mostrar o meu cartão black e mais que depressa as atendentes começaram a me tratar como se eu fosse a porra de um rockstar. Eu tive a certeza de exigir uma sala privativa e uma funcionária exclusiva para atender a Lucky Thirteen, que me olhava surpresa. E agora estou aqui tendo o meu show de moda particular e mais duro do que já estive a minha vida inteira.

- O que você acha desse? - Iza sai da cabine com um vestido extremamente curto feito para uma balada - Amei as costas dele.

Ela dá uma voltinha e me mostra suas costas nuas pelo decote do vestido, e porra se eu não tenho dificuldade em respirar agora. Aquela velha deveria ter me avisado que a minha Lucky Thirteen seria a mulher mais gostosa do mundo, eu precisava estar preparado.

- Odiei. - minha voz sai contida entre meus dentes e escuto a vendedora dando um risinho ao meu lado.

- Sério? Achei ele tão lindo e sofisticado...

- Acho que ele só não gostou de como o vestido fica estonteante em você, querida. - a vendedora se aproxima da Iza carregando saltos ridiculamente altos e a ajuda a calçar - Pronto, look completo, ela não está linda?

- Não gostei. Estrelinha, por que você não experimenta algo com mais... mais cobertura?

Iza parece entender minha negativa para o vestido e começa a rir junto com a vendedora. Que merda, ela pode levar a loja toda se quiser, mas não quer dizer que vou deixar ela vestir essa desculpa de vestido em público.

- Mas eu realmente gostei desse - ela faz esse biquinho fofo que me desarma completamente.

- Se você gostou vamos levar um de cada cor, mas você só vai usar essa merda quando estivermos sozinhos.

- Vamos ver isso. - Lucky Thirteen me joga um beijinho antes de voltar para o trocador e eu rosno com a visão da sua bunda deliciosa.

Quanto mais dessa tortura eu vou ser capaz de aguentar? Nenhum homem teria suportado passar por essa provação sem sentir a necessidade animal de foder essa linda estrelinha até ela gritar para todos ouvirem. A única coisa me dando forças para aguentar, é que quero ganhar a confiança dela, quero ver ela baixar sua guarda e ficar totalmente à vontade comigo. E desde que chegamos aqui, cada hora que passa vejo ela mais feliz e contente. Seu riso é viciante, e apesar do meu desejo por ela estar me matando, ver ela tranquila e sem medo faz meu peito apertar de tanto prazer.

- Acho que já está bom. - Iza sai do trocador agora vestindo a roupa com que ela chegou na loja - Já tenho o suficiente para encher dois closets inteiros. Tem certeza que quer levar isso tudo? Não acho que...

Faço um gesto com a mão a calando. Será que ela não entende que é o meu destino fazer tudo por ela? Porque eu já entendi o que a velha me falou todos esses anos atrás. Meu propósito na terra é salvar a minha Lucky Thirteen e a manter para sempre. Não tem como ir contra a ordem natural das coisas, só preciso que ela entenda isso também. Daria até meu último centavo para a fazer feliz, porra, daria a minha vida por ela.

- Vamos para casa, então. - pago pelas compras e passo o endereço do clube para elas serem entregues - Vem, estrelinha, vamos dar um passeio agora.

Ela sorri lindamente para mim e aceita minha ajuda para subir na minha harley. Logo meu motor está rugindo e estamos voltando pela Mackinac Bridge aproveitando uma vista incrível do Lago Michigan. Lucky Thirteen me abraça mais apertado quando estamos no meio da ponte, e meu corpo quase entra em erupção sentindo seu toque. Em geral, acho um pé no saco ter que cruzar a ponte para ter acesso a lojas maiores ou qualquer merda que eu tenha que buscar fora da cidade. Porém, com o corpo delicioso da Iza colado em mim, desejo que o caminho fosse dez vezes maior.

Quando estávamos vindo para cá, Lucky Thirteen finalmente entendeu quão longe de Detroit estamos. Mackinaw City fica a quase quinhentos quilômetros de Detroit. O Dr. John Harris fez questão de colocar bastante distância entre ela e qualquer coisa familiar, com certeza ele achou que sozinho conseguiria a dominar completamente. Ele só não contava com a coragem da minha menina, ou com a minha existência, porque não há a menor possibilidade dele chegar a qualquer lugar perto do que é meu novamente.

Encosto a minha moto um pouco depois da ponte em uma espécie de mirante e desligo o motor. Ajudo Iza a descer e pegando sua mão, a levo para ver a vista de tirar o fôlego do lago à nossa frente.

- Nossa, é tão lindo e grandioso - seu sorriso me faz ficar hipnotizado e me encontro a encarando, completamente rendido pela sua beleza deslumbrante - nunca vi tamanha beleza.

- Não acho que exista maior beleza no mundo. - continuo a encarando fixamente, porque para mim não existe paisagem no mundo que seja mais perfeita que a visão da minha estrelinha sorrindo.

Ela se vira para mim e vejo como suas bochechas ruborizam ao notar que estou a fitando com intensidade. Antes que eu possa me deter ou pensar melhor no que estou fazendo, dou dois passos a alcançando e com minhas mãos na sua cintura, eu puxo seu corpo delicioso para o meu. Iza me encara com um olhar admirado, e é quase muito perturbador o tanto que ela mexe com os meus sentimentos. Sempre consegui ser racional e indiferente, é necessário na minha posição como presidente do Chaos Mc, mas com a minha Lucky Thirteen eu não tenho nenhum controle sobre minha própria vontade. Tudo com ela é natural, é instintivo ela ser minha e eu ser dela.

- Você sente o que eu sinto? - abaixo minha cabeça e passo meu nariz pela pele macia do seu pescoço sentindo seu cheiro refinado - Não é possível que você não sinta essa ligação.

- Sinto. - sua voz sai fraca e sussurrada e é como um sinal verde para mim.

Me afasto até poder olhá-la de perto, e como se pedisse permissão, abaixo minha boca lentamente até a dela. Quando nossos lábios finalmente se tocam, perco todo e qualquer controle que ainda tinha dentro de mim e ataco a sua boca. Ela me aceita de bom grado, e sinto suas pequenas mãos passarem pelos meus braços me puxando para mais perto. Rosno em sua boca me sentindo mais vivo do que nunca, Lucky Thirteen parece que destravou alguma coisa dentro de mim e eu consigo sentir minha obsessão por ela só crescer.

Meu desejo por ela está queimando nas minhas veias, e quando aplico uma pressão com meus quadris para frente, Iza geme na minha boca quando sente meu membro duro na sua barriga. Porra, preciso parar.

- Estrelinha, você é a melhor coisa que eu já provei na minha vida. - encosto minha testa na dela enquanto nós dois tentamos recuperar nosso fôlego - Não foi coincidência você aparecer no meu clube.

Não é uma pergunta, mas Lucky Thirteen assente com a cabeça concordando e isso me deixa mais calmo. Essa obsessão que está me tomando por inteiro me deixa apavorado dele sumir da minha vida do mesmo jeito que ela entrou, repentinamente. Mas ela sente isso também, a encarando com cuidado eu vejo que ela também está hipnotizada por essa conexão que compartilhamos.

- Vamos voltar, minha menina linda. Precisamos ter uma conversa séria, e você tem muito a me contar.

- Sim, eu sei - Iza olha para o chão antes de voltar sua atenção para mim - só não queria que você me olhasse diferente.

- Ei, - pego seu rosto nas minhas mãos e a fito com seriedade - não tem nada que você possa me falar que vai mudar o que eu vejo em você.

- O que você vê?

- Meu destino.