Capítulo 20

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(Carter)

Como combinado, estou sentado na sala esperando minha esposa se arrumar para nosso primeiro encontro. É ridículo, mas estou nervoso pra caralho. Não tenho um primeiro encontro desde a escola, e a minha sorte é que já estou casado com ela, ou tenho certeza que poderia botar tudo a perder. Não sei quão bom eu sou nessa merda de romance, mas juro que estou tentando.

Pego meu celular e vejo que ainda faltam vinte minutos, então começo a ler alguns emails do meu advogado e ver se os pedidos que fiz de colocar Lucky Thirteen nas minhas contas já foram aceitos. Não quero que minha esposa se preocupe nunca mais com dinheiro, sei que no passado seus pais usaram isso contra ela e tenho certeza que aquele fodido deve ter usado em alguma capacidade. Então apenas quero dar liberdade para ela poder fazer suas próprias escolhas, ela não precisa pedir por nada. Tudo que é meu sempre vai ser dela.

Escuto seus saltos baterem no piso de madeira, e rapidamente guardo meu celular e me levanto do nosso sofá novo. Fico de boca aberta quando a vejo em um vestido justo preto, e saltos que deixam suas pernas incríveis. Tão linda. Ela parece a porra de um sonho molhado, e pensar que todos vão a ver assim, me deixa puto e com tesão. Não sei se vou aguentar passar a noite sem matar alguém.

- Você está linda. - tusso tentando limpar a minha garganta - Perfeita.

Suas bochechas ficam um lindo tom de vermelho, e ela sorri timidamente para mim. Por que isso realmente parece ser um primeiro encontro? Ela já é minha, eu a amo, então por que me sinto um idiota que não sabe o que dizer?

- Você também não está nada mal. - olho para minha calça jeans preta, minha camisa de botões branca e minha jaqueta de couro - Lindo e gostoso como sempre.

A abraço beijando sua cabeça, e nos apresso para a porta antes que eu faça uma loucura e simplesmente cancele tudo. Não seria uma má ideia, mas quero fazer isso com ela. Quero ter um encontro com a minha esposa.

No carro, caímos em uma conversa agradável. Pergunto a ela tudo sobre sua infância no Brasil, e conto sobre a minha aqui. Quero conhecer tudo sobre ela, a cada nova informação fico sedento para saber ainda mais. Preciso conhecer minha esposa completamente. A minha necessidade de entendê-la, de conseguir entrar na mente dela, é totalmente obsessiva. Sinto que enquanto não a conhecer completamente, melhor do que ela mesma, não vou conseguir ter paz.

Em poucos minutos estou parando na porta do restaurante, e quando a ajudo a sair do carro, vejo seu olhar de surpresa.

- Nossa, não sei se estou tão chique assim para esse lugar. - sorrio para ela balançando a minha cabeça.

- Você sempre é a mulher mais linda de qualquer ambiente, - a abraço pela sua cintura e cumprimento a hostess com um levantar de queixo quando passo por ela a caminho da nossa mesa - mas se quiser, posso apenas mandar todo mundo embora. Esse lugar pertence ao clube.

Sua cabeça voa na minha direção, e seu olhar chocado arranca uma gargalhada de mim.

- O clube é dono daqui? - ela olha ao redor e quando chegamos na mesa que sempre como, puxo a cadeira para ela se sentar - Não parece muito o estilo de motoqueiros.

Sei o que ela quer dizer, é um lugar bem alto nível e em geral frequentado pela parte rica da cidade. Tenho certeza que deve ser um choque o Chaos ser o dono, mas apesar do que as pessoas podem achar, também gostamos de coisas boas. Só não precisamos fingir ser algo que não somos para desfrutar disso. Podemos ser motoqueiros sem educação e ainda apreciarmos uma boa refeição.

- Ai, isso doeu. - coloco minha mão no peito fingindo dor e ela dá uma risadinha - Temos alguns negócios espalhados pela cidade, é uma boa forma de investimento.

TREZEOnde histórias criam vida. Descubra agora