Capítulo 9

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Rodrik🦇

Senti quando Dênis me puxou pra longe, o corpo de Amy desabou, mas Dalila a segurou antes de cair.

—Você é louco? —Grita Dênis

—Olha só quem está perguntando, o irmão que assina a sentença de morte do outro.

—Não é nossa culpa, Rodrik.

—O sangue dela está menos quente, ela já está indo para o quarto estágio. Pena que não vou estar aqui para ver.

Corri.
Corri tanto que nem senti minha pernas, já estou na floresta, mas não paro de correr, preciso fugir, não posso estar aqui na cidade quando meu pai chegar. Meu corpo desaba no chão quando alguém me empurra.
A força não é comum como a dos meus irmãos, esse é mais forte, e eu reconheceria esse murro em qualquer lugar, porque passei a infância inteira sentindo ele. Levanto a cabeça e vejo seu terno verde esmeralda, o cabelo castanho penteado para trás e a barba feita. Cuspo sangue, provavelmente quebrei uma costela.

—Tentando fugir, meu filho. Por que você gosta tanto de ser teimoso?

Escuto os gêmeos chegarem.

—Pai...

—Peguem ele e tragam

Thalissom vem por trás de mim, os olhos de Thomas encontram os meus, ele está triste e hesitante, meu pai o lança um olhar fulminante e ele morde lábio nervoso.
Seus olhos parecem encher de lágrimas.
Ele assentiu para o irmão.
Thalissom agarra minha cabeça, apaguei antes mesmo de escutar o estralo.

🦇

Mal consigo deixar os olhos abertos, não sinto meu corpo, estou leve como uma pena, drenaram todo o meu sangue, minhas mãos estão presas em correntes que perfuram meu pulso e o resto de sangue que tem escorre pelo meu braço. Tudo em mim dói, ainda sim, só consigo me perguntar se Amy está bem.
A verdade é que eu nunca usaria o terceiro estágio da mordida nela, eu usei o segundo, só fiz um pouco mais de força, também não deixaria que Drácula a levasse, ia dar um jeito de aparecer escondido para "sequestrar-la", tanto faz, contanto que ela ficasse segura.
Mesmo ela não me contando, eu mereço sua falta de confiança.
Eu tentei matá-la, é justo.

Abro os olhos e vejo Dalila, ela está chorando, e os olhos estão tão vermelhos quanto quando a mamãe morreu. Tento levantar a cabeça, mas qualquer movimento meu corpo dói.

—Vim me despedir.

Ela está linda, lembra muito a mamãe, o cabelo castanho claro. O formato fino dos lábios, ela está com um vestido longo preto, com as mangas bufantes, parece realmente uma princesa.

—Você está linda.

—Amy está bem.

Fico aliviado.

—Que pena, pensei que já estivesse morta.

—Não finja que não liga.

—Será que é fingimento?

—Não contamos para o papai ainda, vamos esperar o baile acabar e Drácula segundo ir embora.

—Que horas eu vou ser... Servido?

Digo a palavra com um certo desdém.
Até falar dói.

—Não sei... —Dalila se aproxima e toca em meu rosto, sua mão está quente —Eu
sinto muito... —Desaba em choro —Eu te amo...

Não consigo segurar a lágrima.
Dou um sorriso sincero

—Eu também te amo, maninha.

—Eu queria poder fazer alguma coisa.

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