Capítulo 19

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Amylla🥀

Meu corpo está enfraquecendo, mas preciso aguentar, porque sei que Rodrik precisa do sangue. A mordida está muito mais dolorosa do que qualquer outra que eu já tenha sentido. E ela não se fixa só em um lugar. O que mais dói é o fato dele morder diversas vezes na mesma região, quase no mesmo lugar, como se estivesse triturando meu pescoço.
Acho que não posso aguentar mais.
Dói muito e ele não para.

—Rodrik... Já chega...

O peso do seu corpo sobre o meu faz com que eu pense que vou cair da sacada, então agarro seu braço com toda força.

—Rodrik para...

Minha voz está falhando.

Rodrik para, por favor...

Ele afasta a boca do meu pescoço e me encara. Os olhos estão vermelhos, a boca toda suja se sangue, mas ainda consigo ver as pontas das presas, ele inclina a cabeça de lado e encara a mordida, então seus dentes voltam a ficar pontudos e ele me morde de novo, dessa vez fazendo eu gritar, por conta da dor e do susto. Tampo minha própria boca, abafando o som do grito.
Até que a dor passa. Meu corpo desaba e Rodrik me segura, ele me carrega até a cama e coloca-me deitada sobre o colchão. Estou tremendo e fraca, mal consigo permanecer consciente.

Estou andando em um salão vazio e branco, a única coisa que vejo é a rosa branca presa em um vidro em cima de uma mesa, as pétalas estão escurecendo e eu sinto uma presença aqui.

Amylla...

É uma voz familiar e ela me chama desesperadamente.

Acordo um pouco tensa, tenho tido esse sonho constantemente enquanto estava em coma. Alguém me chama e eu não faço ideia de quem seja.
Levanto, sento na cama e me escoro na cabeceira, Rodrik não está aqui, eu estou com uma camisa branca dele e um short bem folgado. Levo a mão até a mordida e só sinto o curativo.

—Desculpa —Meu coração bate forte com o susto que levo. Rodrik está sentado em uma cadeira no canto do quarto, a cabeça baixa parece até um impostor. —Não sei o que dizer...

—Não é culpa sua.

Apesar de tudo, não é culpa dele, foi o efeito da fome por ter ficado quatro meses sem se alimentar direito.

—É claro que é! Tudo é culpa minha, nada disso aconteceria se eu fosse mais sensato, mais controlado, se eu fosse um vampiro normal.

—Rodrik! Não é culpa sua!

Digo com a entonação de voz autoritária e positiva. Ele não diz mais nada, apenas levanta e se aproxima. É então que eu vejo...
As veias do seu corpo estão brilhando em um tom vermelho com laranja. Engulo em seco enquanto tento entender o que é isso.

—Minha nossa...

—É... É seu sangue.

—Como assim?

—Não sei explicar, mas desde que você adormeceu, quando eu bebo, fica assim, minhas veias começam a brilhar. Roman e Gianna estão estudando isso, mas a teoria deles é que seu sangue não só me alimenta, ele também se espalha pelo meu corpo e influência em meus poderes.

—Mas isso é bom?

—Não sabemos.

Ele se aproxima de mim e pega em minha mão, cuidadosamente coloca ela sobre seu peito, fazendo com que eu sinta seu coração batendo forte.

—Eu não mereço você.

—É claro que merece.

—Eu te machuco, Amy, não posso viver assim. Esse descontrole... Não dá. Pensei que conseguiria lidar com isso, mas não consigo. Você deveria me matar.

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