PARTE 2
CAPÍTULO 17
AmyllaCorrentes prendem meus pulsos na parede. Estou ajoelhada e sem roupa, minha pele se arrepia com o frio, mas ele acaba quando a lâmina quente me corta e queima minhas costas. Eu só consigo me contorcer e gritar de dor. Já não aguento mais chorar, mas não acaba nunca, quanto mais símbolos Marcus desenha, mais ele precisa desenhar, minhas costas já está toda marcada. O sangue escorre e com ele minhas lágrimas de dor.
Tenho dez segundos de descanso até a lâmina esquentar no fogo e voltar a queimar meu corpo, rasgando-a e machucando tudo em mim.
Me deixando uma marca profunda.
Na pele...
Na alma...—Ah!!!! Por favor!! Para... Por que está fazendo isso? Eu sou sua filha...
—É necessário.
Ele para assim que Drácula entra. Ele se aproxima de mim, com um olhar devorador que come meu corpo com os olhos. Suas mãos sujas alisam meu rosto e descem até meus seios.
—Para...
—Parar? Você é minha...
Sua mão desce até entre minhas pernas.
Dói...
Fecho os olhos e penso nele.
Penso em Rodrik
Ele vai vim...
Ele vai vim...
Ele vai vim...—Ele vai vim —Digo em voz alta.
Drácula de afasta e sua mão apalpa meu rosto.
—E você vai matá-lo. —Ele ri.
Não...
Meu rosto arde com um tapa. Drácula contorna meu corpo e fica atrás de mim. Agarra meus seios enquanto puxa meu corpo para ele.
Grito... Grito, mas ninguém ouve.Acordo suando e com o corpo tremendo. Sinto-me estranha, mas pareço ter controle de mim mesma. Me inclino e escoro as costas na cabeceira. Tudo em mim dói, estico os braços e vejo as marcas dos símbolos ainda em minha pele. Foram feitas com um punhal aquecido no fogo, sinto a dor mesmo que já esteja cicatrizando.
Meu próprio pai fez isso comigo.
Não lembro de muita coisa, só que tentei matar Rodrik e quase morri.
Finalmente me dou o trabalho de analisar o quarto e percebo que estamos no quarto de Rodrik na mansão Movisk.—Você acordou. —Arqueio as sobrancelhas e o vejo parado na porta.
Rodrik.
Ele parece diferente. Seu cabelo continua com o mesmo penteado descolado de sempre, mas está mais cumprido, quase na altura dos ombros, ainda tem o rapado na lateral. Ele está de brinco, com uma camisa preta cavada e uma bermuda. Não vejo o seu colar, o que é estranho. Além disso ele parece está deixando crescer um pouco a barba.
Há quantos dias estou dormindo?—Rodrik.
Ele se aproxima e pega em minha mão, meu corpo treme com seu toque.
Me lembro de Drácula passando a mão a mim.
Puxo minha mão de volta pra mim, ele me olha perplexo, mas não diz nada.—Há quanto tempo estou desacordada?
—Quatro meses...
Nego com a cabeça.
Não é possível.
Estico os braços e percebo como estão magros e esqueléticos. Tiro as cobertas de mim. Eu estou com um vestido branco curto, consigo ver minhas coxas, que antes eram tão grossas, hoje estão bem finas.—Amy.
—O que aconteceu comigo?
—Não sei, você não acordava de jeito nenhum, só flutuava, começava a falar coisas estranhas em outra língua e depois deitava e permanecia dormindo.
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A rosa branca
RomanceÉ possível se sentir atraída pelo medo? É possível se apaixonar por algo perigoso e sombrio? Dynastia é uma pequena cidade repleta de histórias macabras e moradores estranhos, como a família Movisk. Amylla é uma jovem garota que após ser expulsa do...