Capítulo 5

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Amylla🥀

Assim que abri os olhos levei um susto com Rodrik na minha frente, sem fazer nenhum movimento observo a janela e percebo que o sol ainda está nascendo. Rodrik está deitado na minha cama, ao meu lado e segurando minha mão.

Por quê?

Ele tentou me matar.

Me afogou na banheira.

Estou com medo dele.

Talvez ele deva morrer mesmo.
Mas ao mesmo tempo não consigo odiá-lo, pois no fundo tudo o que eu quero é entendê-lo, entender porque ele é assim.
É estranho, mas quando ele me olha, é como se fossemos parecidos.
Algo aconteceu com ele. Entre ele e o pai, Rodrik havia dito que o pai dele estragou sua relação com os irmãos.
Como ele fez isso?
Meu coração está batendo forte, talvez seja o medo de ele acordar. Ou talvez a ansiedade por ele estar aqui.

— Está admirando minha beleza?

Congelo. Rodrik abre os olhos, estão vermelhos, sinto meu corpo tremendo e não consigo falar, sua mão desliza pelo meu braço e ele me abraça.

— O que vai fazer agora? Tentar me matar asfixiada com o travesseiro?

— Não dá ideia.

— Você me afogou. — Digo com o tom de
voz decepcionada. — Estou tentando ser sua amiga, tentando ser boazinha e você só me machuca, por quê? Que tipo de bipolaridade é essa? Uma hora você é legal outra hora é do mau! Por que isso? Eu não fiz nada com você!

— Fez sim!

— O quê?

— Você me atraí, é diferente, é como uma rosa branca no meio das vermelhas.

Uma rosa branca?
Como a do jardim dele?

— Isso não é motivo para matar uma pessoa.

— É claro que é... Eu não deveria me sentir assim com relação a você.

Ele encosta a testa na minha, o calor sobe entre nossos corpos a sensação de desejo desperta, percebo que o sol nasceu quando ele ilumina todo o quarto, mas o calor que sinto é do seu corpo próximo ao meu. O medo se mistura com a vontade de beijar seus lábios avermelhados e rachados.
Será que isso é algum tipo de super poder dele?
Estou ficando louca?
Ele tentou te matar Amy.
Ele deveria me matar.

— Eu tenho medo de você.

Digo.
Ele não se afasta, apenas permanece me encarando com atenção, sua mão solta a minha e ele alisa meu rosto com delicadeza, depois desce os dedos até meu pescoço e pressiona a unha grande em minha pele.

—Isso é bom. — Prendo a respiração quando sua unha perfura minha pele e eu sinto o sangue escorrer pelo meu pescoço —Aqui, a carótida, nós vampiros temos que tomar muito cuidado quando nós alimentamos no pescoço, é a forma mais fácil de matar alguém. —Ele leva a unha até a boca e lambe o sangue. — É bom que tenha medo de mim, Amy, pois eu posso ser o seu pior pesadelo.

Dou uma risadinha forçada.

— Acredite, você não é meu pior pesadelo.

Disse a verdade, ele não é meu pior pesadelo. Meu pai é.
O convento é...

Ele apenas sorri, mostrando a covinha da bochecha direita, sua mão desliza pela minha clavícula quando ele saí da cama
Apenas viro-me e encaro o teto, imóvel e com a respiração ofegante, por conta de todo o calor misturado com medo e desejo.

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